Sob pressão da CPI do Transporte Coletivo da Câmara de Vereadores, a Prefeitura de Campo Grande anunciou a possibilidade de lançar ainda este ano uma PPP (Parceria Público-Privada) para garantir a manutenção e reestruturação dos terminais de ônibus da cidade.
A revelação foi feita pela secretária municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Catiana Sabadin, ao ser questionada durante depoimento prestado na reta final da fase de oitivas da comissão.
A CPI, que tem investigado a qualidade do serviço prestado à população, concentrou suas últimas audiências em temas relacionados à infraestrutura e mobilidade urbana. Entre os pontos mais críticos está a situação dos terminais e dos abrigos de ônibus — muitos deles inexistentes ou em condições precárias.
Catiana informou que o modelo de concessão privada está sendo estudado e que os termos de referência já foram elaborados, com previsão de lançamento do edital ainda neste ano.
O objetivo é atrair a iniciativa privada para garantir a manutenção dos terminais e possíveis reformas estruturais, como a que está prevista para o Terminal Morenão. Também estão no radar os terminais do Tiradentes — considerado prioritário — e do São Francisco. Por outro lado, os projetos dos terminais da Avenida Cafezais e do Bairro Parati foram oficialmente cancelados.
Gargalo
A CPI também jogou luz sobre outro gargalo antigo da cidade: os 2,1 mil pontos de ônibus que ainda contam apenas com postes, sem qualquer tipo de cobertura. A diretora da Agetran, Andréa Trentin, explicou que cerca de 60% desses locais têm viabilidade técnica para receber abrigos, mas enfrentam entraves como calçadas estreitas e oposição de moradores à instalação em frente às residências.
Ela afirmou que uma licitação anterior previa a instalação de 500 novos abrigos, mas o contrato foi rescindido. Uma nova licitação será aberta, segundo ela, para dar sequência ao plano de melhorias.
A fase de oitivas da CPI agora se encerra com um retrato mais claro da precariedade na infraestrutura do transporte público da Capital. O relatório final da comissão deverá apontar responsabilidades, sugerir soluções e cobrar prazos para a implementação de medidas concretas — como a execução da PPP anunciada sob pressão parlamentar.