Os hospitais de Mato Grosso do Sul vão receber um incentivo financeiro a mais se ampliarem o número de consultas, exames e cirurgias, segundo anúncio do secretário estadual de Saúde, Maurício Simões Corrêa, aos deputados da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (1º).
O objetivo é enxugar as longas filas e garantir que a população não precise esperar meses por um atendimento, principalmente no interior.
A reunião foi comandada pelo presidente da Assembleia, deputado Gerson Claro (PP), que elogiou a proposta e disse que o modelo já mostrou bons resultados em outros estados, como São Paulo. “O governo está trazendo uma solução que pode dar certo, ouvindo a gente e propondo diálogo”, comentou o parlamentar.
Pelo novo formato, os repasses para os hospitais vão funcionar em duas partes: um valor fixo para manter a estrutura e outro que varia de acordo com a quantidade de serviços prestados — consultas, exames e cirurgias. Assim, quanto mais o hospital produzir, mais vai receber, o que deve incentivar as equipes a atender mais gente e reduzir a fila de espera.
O secretário explicou que o programa será regulamentado por resolução do governo e não por projeto de lei, e ainda não tem data para começar a valer. Segundo ele, os repasses estaduais devem aumentar entre 20% e 30% por hospital, evitando programas pontuais como o MS Saúde ou Opera MS e garantindo verba contínua.
“Vamos reforçar principalmente o atendimento de urgências, maternidade, cirurgias gerais, ortopedia e urologia, desafogando os grandes hospitais de Campo Grande, que acabam ficando lotados porque as unidades do interior não dão conta”, detalhou Maurício.
Ele também disse que hoje existe muita desigualdade no repasse de recursos. “Tem hospital que faz a mesma coisa que outro, mas recebe três vezes mais. Isso vai mudar, com critérios claros. Se tem leito de UTI, vai receber igual ao outro hospital que também tem UTI, por exemplo”, pontuou.
O presidente da Comissão de Saúde da Assembleia, deputado Lucas de Lima, reforçou o apoio ao modelo. “Quem já ficou cinco dias esperando cirurgia em hospital, com parente sofrendo, sabe a dor que é. O interior precisa de atendimento digno, e isso pode fazer a diferença”, afirmou.
A expectativa é atender melhor a população em 66 hospitais do interior, sem que as pessoas precisem viajar para Campo Grande para conseguir cirurgia ou exame, o que deve melhorar a vida de quem depende do SUS em Mato Grosso do Sul.
