Indignados com a falta de reajuste salarial e com a postura silenciosa da Prefeitura, os servidores administrativos da Educação de Campo Grande decidiram paralisar as atividades no próximo dia 15 de maio.
A decisão foi tomada em assembleia do Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais), realizada na quarta-feira (7), conforme atesta reportagem do portal de notícias Voz MS.
O protesto será um recado direto à prefeita Adriane Lopes (PP), que até agora não apresentou nenhuma proposta à categoria. A concentração está marcada para as 8h da manhã, em frente ao Paço Municipal, na esquina da Avenida Afonso Pena com a Rua Bahia.
O clima entre os trabalhadores é de revolta, especialmente após a divulgação dos reajustes generosos nos salários do alto escalão da prefeitura. Enquanto os servidores administrativos da Educação, que somam mais de 1.800 profissionais, seguem com vencimentos abaixo do salário mínimo, Adriane Lopes celebrou um aumento de 66,7% no próprio salário. O reajuste elevou o teto do funcionalismo de R$ 21,2 mil para R$ 35,4 mil.
Também receberam aumentos expressivos a vice-prefeita Camila Jara, que passou a ganhar R$ 31,9 mil, e os secretários municipais, com salto de R$ 11,6 mil para R$ 30,1 mil — alta de 159%. Já os vereadores tiveram reajuste de 37,32%, chegando a R$ 26 mil.
Para William Freitas, presidente do Sisem, a situação é insustentável: “Dos 30 mil servidores públicos municipais, a maioria está há três anos sem qualquer reposição. A defasagem acumulada chega a 30%”, denunciou.
Na terça-feira (6), a prefeita anunciou reajuste de 6,27% apenas para os professores da Reme, deixando de fora os demais trabalhadores da Educação, o que agravou ainda mais o sentimento de exclusão da categoria.