Com a filiação do governador Eduardo Riedel ao PP (Progressistas), oficializada nesta terça-feira (19) em Brasília, o PSDB dá adeus ao último chefe de Executivo estadual eleito em 2022.
Antes dele, Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Raquel Lyra (Pernambuco) já haviam trocado a legenda pelo PSD, selando um movimento que deixou o partido sem nenhum governador no país.
A debandada não é de hoje. O partido, que já ocupou a Presidência da República, governou São Paulo por quase três décadas e chegou a ter uma das maiores bancadas do Congresso, amarga hoje números minguados. São apenas 13 deputados federais na Câmara — a menor bancada de sua história — e nenhum senador em exercício.
Crise prolongada
O esvaziamento tucano vem desde 2018, quando disputas internas e derrotas sucessivas começaram a corroer a legenda. As eleições de 2022 foram o ponto de inflexão: além de não lançar candidato próprio à Presidência pela primeira vez desde 1989, o partido perdeu o comando de São Paulo, considerado seu maior reduto político.
Para tentar sobreviver, o PSDB se federou ao Cidadania, mas a aliança não resistiu às pressões e recentemente foi desfeita. O saldo, porém, foi insuficiente para frear a fuga de lideranças.
O ingresso de Riedel no PP reforça a percepção de que o PSDB deixou de ser prioridade para seus próprios quadros. Tucanos de bastidor reconhecem que o partido já não desperta atração eleitoral e virou uma legenda sem rumo claro. “Ninguém quer ser o último a apagar a luz”, resume um dirigente.
O movimento de Riedel, agora aliado de Ciro Nogueira, a senadora Tereza Cristina e ao presidente da Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), deputado Gerson Claro, projeta um novo ciclo de governabilidade em Mato Grosso do Sul e, ao mesmo tempo, aprofunda a crise de identidade dos tucanos em nível nacional.