Conjuntura - o 1º Site Político de MS
O 1º site político de Mato Grosso do Sul | Segunda-feira, 01 de dezembro de 2025
Política

Dezembro Vermelho alerta para alta taxa de Aids em Mato Grosso do Sul

MS está entre os estados com maior taxa de Aids no país e concentra avanço de infecções entre jovens

Conjuntura Online
01/12/25 às 15h21
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Lei é de autoria do deputado Zé Teixeira. (Foto: Vitor Chileno)

O laço vermelho volta às ruas neste mês para lembrar que o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis continuam sendo um desafio de saúde pública no Brasil.

Em Mato Grosso do Sul, o alerta é ainda mais urgente: o Estado figura entre os que registram as maiores taxas de detecção de Aids do país, com 20,7 casos por 100 mil habitantes em 2024.

Desde 2021, quando o Dezembro Vermelho entrou para o calendário oficial do Estado por lei do deputado Zé Teixeira (PSDB), a campanha passou a ter reforço permanente, em um cenário que combina avanços médicos, queda na mortalidade e, ao mesmo tempo, maior exposição ao risco entre jovens.

Estado reduz mortes, mas segue no topo dos índices

O boletim epidemiológico mais recente do Ministério da Saúde mostra que, apesar de o Brasil registrar queda na mortalidade nacional (3,9 óbitos por 100 mil habitantes em 2024), Mato Grosso do Sul ainda contabilizou 162 mortes por Aids este ano. A redução acumulada na década foi de 7,8%, abaixo do ritmo necessário para deixar o grupo de estados com maior impacto da doença.

Atualmente, 11,2 mil pessoas vivem com HIV no Estado e fazem tratamento pelo SUS.

Infecções entre jovens disparam

MS registrou 321 novos casos de HIV em 2024 — número menor que os 365 de 2023, mas ainda acima da média histórica. A faixa de 15 a 29 anos concentra a maior parte das novas infecções. Para especialistas, o fenômeno combina falsa sensação de segurança, menor percepção de risco e queda no uso de preservativos.

O deputado Zé Teixeira reforça o alerta: “Avanço no tratamento não significa ausência de risco. Prevenção continua sendo essencial, especialmente entre os jovens”.

Diagnóstico precoce e campanhas no foco

Com a inclusão do Dezembro Vermelho no calendário oficial, o Estado intensifica ações de testagem, prevenção e educação em saúde. Mas os números mostram que ainda há obstáculos. “Precisamos ampliar o acesso aos testes e reforçar campanhas educativas. O diagnóstico precoce aumenta muito a expectativa de vida de quem vive com o vírus”, afirma Teixeira.

O preservativo segue como ferramenta mais eficaz e barata para evitar não só o HIV, mas outras ISTs — algo que, segundo profissionais da saúde, precisa voltar ao centro das discussões com o público jovem.

Metas globais e desafios

O Brasil já cumpriu duas das três metas da ONU para eliminar a Aids como problema de saúde pública: 96% das pessoas vivendo com HIV estão diagnosticadas e 95% têm carga viral indetectável — o que significa que não transmitem o vírus. O desafio agora é atingir a terceira meta: manter 95% dos diagnosticados em tratamento contínuo. Hoje, o índice brasileiro é de 82%.

No mundo, 39,9 milhões de pessoas vivem com HIV e, embora as mortes tenham despencado desde 2004, ainda foram registradas 630 mil em 2023. A meta global para 2025 é reduzir esse número para menos de 250 mil.

Últimas em Política
VER TODAS AS NOTÍCIAS
Conjuntura - o 1º Site Político de MS
O 1º site político de Mato Grosso do Sul
Conjuntura Online - Copyright © 2004-2025. Todos os direitos reservados.