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Política

Deputada Lucinha, do Rio, vira ré por envolvimento com milícia 

Além da parlamentar, a ex-assessora Ariane Afonso Lima também foi denunciada por suspeita de integrar parte do núcleo político da milícia de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho

Conjuntura Online
16/12/25 às 13h39
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Alerj começa a discutir a situação da deputada estadual Lucia Helena Pinto de Barros, a Lucinha (PSD), apelidada de “madrinha” pela milícia da zona oeste do Rio (Foto: Reprodução/Instagam)

O TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) aceitou nesta segunda-feira (15) a denúncia do Ministério Público e tornou rés a deputada estadual Lucinha e sua ex-assessora parlamentar, Ariane Afonso Lima, por suposta relação com a milícia de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho.

De acordo com a denúncia do MP, de junho do ano passado, a parlamentar e a ex-assessora faziam parte do grupo político do bando.

Ainda segundo mensagens interceptadas pela PF, a parlamentar era chamada de “madrinha” pelos paramilitares de Zinho, devido às facilitações e auxílios ao grupo.

Em nota, o Órgão Especial do Tribunal afirmou que a deputada e a ex-assessora são acusadas de envolvimento com a milícia denominada “Tropa do Z”, “Bonde do Zinho” ou “Família Braga”, que atua em bairros da Zona Oeste carioca, como Campo Grande, Paciência, Cosmos, Inhoaíba, Guaratiba e Santa Cruz.

Zinho foi o miliciano mais procurado do Rio, e se entregou em dezembro de 2023.

Em junho deste ano, a Justiça manteve o criminoso sob custódia no sistema penitenciário federal, na unidade de segurança máxima de Brasília.

O esquema
Segundo as investigações, a milícia era composta por um núcleo operacional, divididos e outros três grupos, sendo:

- lideranças principais;
- lideranças locais, com atuação específica nas áreas dominadas; e
- assessores, também conhecidos como soldados ou informantes, ligados à liderança principal e responsáveis pelo contato com integrantes das forças de segurança, execução do patrulhamento e segurança, entre outras funções.

A partir dessa operação, foram identificadas outros dois núcleos, o financeiro, destinado à lavagem de dinheiro, e o núcleo político, do qual Lucinha e Ariane faziam parte, onde o objetivo era defender os interesses dos criminosos junto ao Poder Público.

Em um dos trechos da denúncia, o MP diz que em "múltiplos episódios" fica clara a interferência das denunciadas na esfera política, juntamente com autoridades policiais e políticas.

Entre os episódios, a denúncia descreve que, em julho de 2021, ambas forneceram ao grupo informações privilegiadas relacionadas à agenda de visitas do prefeito do Rio, Eduardo Paes, à Zona Oeste, permitindo que os milicianos retirassem seus integrantes das ruas dos locais dominados pela organização.

Ainda houve tentativa de interferência junto ao prefeito e demais autoridades municipais para que fosse mantida a chamada “Brecha da P5” no transporte público alternativo municipal, maior fonte de obtenção direta de recursos da milícia, sendo assim, o grupo poderia explorar o serviço fora do itinerário determinado, aumentando a arrecadação das vans.

A denúncia também cita que, em novembro de 2021, a deputada prestou auxílio a membros do “Bonde do Zinho” presos em flagrante, para liberá-los da prisão.

A parlamentar e sua ex-assessora devem responder pelo crime de constituição de milícia privada, cuja pena varia de 5 a 10 anos e multa, além da perda do cargo.

A CNN procurou a assessoria da deputada, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. (Com CNN)

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