A Ferrovia Malha Oeste, que já foi um dos principais corredores logísticos do Centro-Oeste, volta ao centro das atenções nesta sexta-feira (15), às 9h, em audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande.
O encontro vai reunir autoridades brasileiras e bolivianas para discutir alternativas que viabilizem a reativação dos 1.973 km de linha férrea que ligam Mairinque (SP) a Corumbá (MS).
O trecho, considerado estratégico para a economia de Mato Grosso do Sul e para a integração com países vizinhos, está em estado crítico.
Relatórios da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) apontam que a falta de investimentos por parte da atual concessionária resultou na deterioração da via e na perda de capacidade de transporte, afastando o modal ferroviário da competitividade nacional.
A audiência, proposta pela vereadora Luiza Ribeiro (PT), busca articular ações para recuperar a ferrovia e integrá-la à Rota Bioceânica, projeto que pretende ligar o Brasil aos portos do Pacífico via Bolívia, encurtando distâncias e reduzindo custos logísticos. “A retomada da Malha Oeste pode transformar a logística do nosso Estado, gerar empregos e fortalecer a integração latino-americana”, afirmou a parlamentar.
Estão confirmadas presenças como a do cônsul da Bolívia em Corumbá, Simons William Durán Blacutt; do coordenador nacional dos Corredores Bioceânicos, João Carlos Parkinson de Castro; do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu; da secretária estadual Patrícia Elias Cozzolino; dos deputados federais Vander Loubet (MS) e Jilmar Tatto (SP); do deputado estadual Zeca do PT; do ex-secretário de Política Nacional de Transportes, José Augusto Valente; e do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Paulo João Estausia.
A iniciativa atende a um pedido do STEFBU (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de Bauru e Mato Grosso do Sul) e conta com o apoio dos parlamentares Zeca do PT e Vander Loubet.
A expectativa é que o encontro resulte em um plano de mobilização para pressionar por investimentos e definir o futuro da ferrovia, considerada vital para a competitividade do Estado e para o comércio internacional.