A Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) analisa um projeto de lei que pretende restringir o tráfego de veículos pesados nas vias que cortam o Parque dos Poderes, em Campo Grande.
A proposta surge em meio a reclamações de frequentadores e servidores sobre o aumento do número de caminhões que utilizam o local como rota alternativa de passagem, o que tem comprometido a segurança, o lazer e até a preservação ambiental da área.
Nos horários de pico, é comum observar o fluxo intenso de veículos longos — como bi-trens, caminhões canavieiros e carretas de grãos — dividindo espaço com pedestres, ciclistas e motoristas de automóveis de pequeno porte.
O resultado, segundo quem frequenta o parque, é a sensação de insegurança em um espaço criado originalmente para abrigar órgãos públicos e oferecer um ambiente de convivência e práticas esportivas.
O projeto em análise prevê a proibição de circulação de veículos com cinco eixos ou mais em trechos das avenidas do Poeta, Desembargador José Nunes da Cunha, Waldir dos Santos Pereira, André Junqueira Fortes, Marcelo de Castro Fontes Júnior e Dr. Fadel Tajher Iunes — principais vias que atravessam o complexo.
A matéria ainda será apreciada pela CCJ ( Comissão de Constituição, Justiça e Redação) antes de seguir para votação em plenário.
Na justificativa, o texto argumenta que o aumento do tráfego pesado “danifica a pista, ameaça a segurança dos animais silvestres e das pessoas que praticam atividades físicas na região”. Lembra que o Parque dos Poderes é uma área de preservação ambiental com mais de 2,4 milhões de metros quadrados, e que o adensamento urbano nas imediações acabou transformando o local em um corredor de passagem para caminhões.
“Com a expansão do mercado imobiliário, essas avenidas se tornaram rota de acesso. O tráfego intenso de veículos pesados prejudica a segurança e a tranquilidade de quem utiliza o espaço para lazer e trabalho”, destacou o autor da proposta, deputado Pedro Kemp (PT).
Acidente
O debate sobre o tráfego de caminhões no Parque dos Poderes ganhou ainda mais força após um acidente ocorrido no último dia 17, quando um caminhão-baú frigorífico carregado com carne tombou na rotatória da Avenida do Poeta com a Rua Dr. Abdalla Duailibi.
A proposta demonstra uma preocupação crescente sobre o equilíbrio entre mobilidade e preservação em um dos cartões-postais de Campo Grande, onde natureza, esporte e vida pública convivem lado a lado — mas cada vez mais pressionados pelo avanço do trânsito pesado.