Conjuntura - o 1º Site Político de MS
O 1º site político de Mato Grosso do Sul | Terça-feira, 08 de julho de 2025
Geral

Excesso de umidade virou 'combustível' para rio subir 9 metros em 2 horas

Temporal já deixa mais de 80 mortos no Texas e outras dezenas estão desaparecidos, entre eles um grupo de 11 meninas que estavam em acampamento

Conjuntura Online
07/07/25 às 08h53
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Enchente submerge carros e deixa mortos no Texas após chuvas intensas (Foto: Jim Vondruska /Getty Images via AFP)

Ao menos 82 pessoas morreram e mais de 40 continuam desaparecidas após o temporal que atingiu o Texas.

A força da chuva surpreendeu os moradores e impediu que muitos conseguissem fugir do avanço da água, que, segundo o serviço de meteorologia local, chegou a subir nove metros em apenas duas horas.

A explicação está no calor e na umidade atípicos, reflexos das mudanças climáticas.

A tragédia ocorreu entre a noite de quinta-feira (4) e a madrugada de sexta-feira (5), durante o feriado da Independência dos EUA. Chuvas torrenciais provocaram o transbordamento do rio Guadalupe, um dos principais cursos d'água do estado.

Segundo o serviço de meteorologia, as águas subiram cerca de nove metros em duas horas. Chuvas com alagamentos nessa época do ano são comuns, mas a intensidade da chuva e a força da água fizeram com que os níveis subissem rapidamente, antes de qualquer resposta.

Até a manhã desta segunda-feira (7), o número de mortos era de 82. No entanto, mais de 40 pessoas ainda estavam desaparecidas. Um grupo de dez meninas que participava de um acampamento na região estava entre os desaparecidos.

Por que isso aconteceu?

De acordo com meteorologistas, a principal explicação para a chuva extrema é o aumento da umidade na atmosfera.

Como isso acontece:

O calor intenso aquece as águas;

Com isso, há mais evaporação e, consequentemente, mais umidade no ar;

Esse excesso de umidade se transforma em combustível para as chuvas, que se tornam mais intensas e rápidas — como o que aconteceu no Rio Grande do Sul.

A água quente do Golfo do México alimentou uma atmosfera já úmida. Ainda mais umidade veio de áreas sobre o Oceano Pacífico, ao oeste. Essa combinação gerou um alto potencial de precipitação quando a tempestade começou.

O resultado foi que em quase duas horas o nível do Rio Guadalupe, em Kerr, subiu de 90 centímetros para dez metros -- uma alta de quase nove metros.

Seca anterior agravou o impacto

Robert Henson, meteorologista e escritor da Yale Climate Connections, explicou que a chuva caiu sobre a região montanhosa do Texas, onde a água desce rapidamente pelas colinas escarpadas em direção a bacias hidrográficas estreitas, que incham com facilidade.

“Como costuma acontecer com os piores desastres, muitas coisas se juntaram de uma forma terrível”, disse Henson.

Além disso, a região enfrentava uma seca severa, o que fez com que a terra, seca e compactada, não absorvesse a água. Isso aumentou o volume do escoamento e agravou a situação para as crianças que estavam no acampamento.

"Uma chuva repentina como essa vai ter mais dificuldade para ser absorvida", afirmou Brett Anderson, meteorologista sênior da AccuWeather. "Ela simplesmente escorre. É como concreto."

Por que as chuvas estão mais fortes?

A chuva no Texas é um dos maiores desastres ambientais da história da região. E ela não é a única. Antes:

Em San Antônio, ainda no Texas, em junho, mais de 18 centímetros de chuva caíram em um intervalo de horas, provocando dezenas de resgates devido à rápida elevação das águas e matando pelo menos 13 pessoas.

Na Virgínia Ocidental, ainda nos Estados Unidos, no mês passado pelo menos nove pessoas morreram quando até 10 centímetros de chuva caíram em 40 minutos, causando inundações repentinas na região de Wheeling.

E não é de agora:

No ano passado, vimos 'chuvas mortais' no Rio Grande do Sul, quando o estado foi devastado por uma enchente resultado de uma chuva que se acumulou em poucas horas.

E em Valência, na Espanha, quando a chuva em 2024 transformou a cidade em palco da pior tragédia do século no país.

Não é apenas impressão, as chuvas estão cada vez mais intensas. Segundo especialistas, os fenômenos têm relação com o aquecimento do planeta, resultado das mudanças climáticas que são causadas pela maior emissão de gases poluentes. (Com g1)

Últimas em Geral
VER TODAS AS NOTÍCIAS
Conjuntura - o 1º Site Político de MS
O 1º site político de Mato Grosso do Sul
Conjuntura Online - Copyright © 2004-2025. Todos os direitos reservados.