Um apagão durante a madrugada desta terça-feira (14) afetou o Distrito Federal e os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Amazonas, Minas Gerais, Santa Catarina, Goiás, Rio Grande do Norte e Maranhão.
Segundo o governo federal, a falha foi causada por um incêndio em uma subestação no Paraná. Mais cedo, as companhias de energia que atuam no país citaram uma interferência no SIN (Sistema Interligado Nacional). Ainda não se sabe o que causou o incêndio.
A falta de luz durou entre 8 minutos e 1 hora. Segundo nota do Ministério de Minas e Energia, a energia já foi restabelecida.
Quase todo o Brasil é coberto pelo SIN, responsável pela transmissão de energia entre as regiões do país. São usinas, subestações e redes de distribuição que formam um único sistema de linhas de transmissão. Funciona sob coordenação do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).
De acordo com a companhia de distribuição de energia Light, no Rio de Janeiro, a falha afetou cerca de 450 mil clientes. A empresa afirmou que o Esquema Regional de Alívio de Carga teve que ser acionado. Para clientes da Zona Norte, Baixada e Zona Oeste, a interrupção durou cerca de 30 minutos, conforme a empresa.
Já na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, atendida pela Enel -- empresa de responsável pelo fornecimento de energia --, 277 mil clientes foram impactados. O fornecimento ficou interrompido por quase uma hora, entre 0h32 e 1h22.
Já no Amazonas, a empresa Amazonas Energia informou que a falha afetou as cidades de Manaus, Parintins e Itacoatiara. A interrupção durou cerca de 1 hora e foi reestabelecida às 00h25, segundo a companhia.
Em São Paulo, também atendido pela Enel, informou que 937 mil clientes foram afetados e já tiveram o serviço normalizado. A interrupção durou cerca de oito minutos.
A Neoenergia Brasília, responsável pelo fornecimento no Distrito Federal, confirmou que a ocorrência no SIN (Sistema Interligado Nacional) afetou 8 subestações e interrompeu o fornecimento de energia para cerca de 300 mil clientes. O desligamento ocorreu entre 0h31 e 1h06.
Em Goiás, quase 50 municípios foram afetados pela falta de energia, segundo a Equatorial. O desligamento temporário do fornecimento atingiu aproximadamente 529.498 unidades consumidoras.
A Equatorial Maranhão, responsável pelo fornecimento no estado, afirmou que a energia foi restabelecida à 1h30. A empresa ainda não confirmou o número de pessoas afetadas.
No Rio Grande do Norte, o desligamento do sistema elétrico interrompeu o fornecimento de energia para cerca de 425 mil clientes da Neoenergia Cosern, o que representa 26% do total de clientes no estado. O serviço começou a ser restabelecido em quatro minutos, e concluído por volta da 1h.
O último apagão nacional ocorreu em 2023, quando cerca de 29 milhões de brasileiros foram afetados. A falha na distribuição de energia, causada por uma sobrecarga no sistema, afetou 25 estados e o DF, com exceção de Roraima, que possuía um sistema de transmissão de energia não integrado ao do restante do país.
O ministério também afirmou que está programada uma reunião preliminar para identificar as causas. A ONS e a Copel, responsável pela geração de energia no Paraná, ainda não divulgaram nota.
Leia a nota do Ministério de Minas e Energia na íntegra:
Às 00h32min ocorreu perturbação de grande porte no Sistema Interligado Nacional, com desligamento de cerca de 10.000 MW de cargas, de forma controlada (por atuação do ERAC (Esquema Regional de Alívio de Carga).
A ocorrência teve início em incêndio em reator na Subestação de Bateias (Paraná) que desligou toda a subestação de 500 kV, desinterligando as regiões Sul e Sudeste/Centro - Oeste, ocasionando contingência severa.
O retorno dos equipamentos e a recomposição das cargas se deu de maneira controlada, logo nos primeiros minutos, sendo que até 1h30min todas as cargas das Regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro - Oeste foram restabelecidas. As cargas da Região sul foram recompostas totalmente por volta de 2h30min.
O tempo de recomposição total foi inferior às ocorrências deste porte já ocorridas no SIN.
Está programada para hoje reunião preliminar com os principais agentes envolvidos para identificar as causas e o ONS deverá realizar reunião preliminar de Análise da Perturbação para início de elaboração do Relatório de Análise da Perturbação - RAP até sexta-feira, 17/10. (Com g1, TV Globo e GloboNews)