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Economia

Governo de MS aposta no Corredor Bioceânico para expandir exportação de carne

Mato Grosso do Sul exporta atualmente 360 mil toneladas de carne bovina ao Chile

Conjuntura Online
12/02/25 às 06h22
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Riedel durante anúncio de exportação de carne para China (Foto: Álvaro Rezende)

Com rotas mais curtas e custos reduzidos, o Corredor Bioceânico surge como um divisor de águas para o agronegócio de Mato Grosso do Sul. A expectativa é que a exportação de carne bovina ganhe impulso, ampliando mercados e fortalecendo a competitividade do setor.

Além de encurtar distâncias até o Oceano Pacífico, facilitando o acesso aos países asiáticos, o novo trajeto também abre oportunidades dentro da própria América do Sul, tornando MS um hub estratégico no comércio internacional.

Mato Grosso do Sul exporta atualmente 360 mil toneladas de carne bovina ao Chile. Este produto sai hoje do Estado por três caminhos: De Ponta Porã até Assunção no Paraguai, do Paraná rumo a Argentina e do Rio Grande do Sul até a Argentina, para chegar no Chile.

O caminho é longo e pode ser encurtado pelo corredor de Porto Murtinho, Carmelo Peralta (Paraguai), Argentina, até chegar em terra chilena.

Se o destino ainda for os mercados asiáticos, esta mesma carga vai até os portos chilenos de Antofagasta ou Iquique, para seguir por meio do Oceano Pacífico. A rota Bioceânica é uma realidade com diversas obras espalhadas pelos quatro países. Uma das principais é a ponte binacional, que está com 65% dos trabalhos concluídos.

“O principal benefício da Rota Bioceânica para a indústria frigorífica de Mato Grosso do Sul será a ampliação das exportações para o Chile e o Peru. Já para outros mercados globais, a viabilidade econômica dependerá da competitividade dos custos logísticos no novo corredor de exportação”, destaca Sérgio Capucci, vice-diretor do Sicadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados do Estado de Mato Grosso do Sul).

Na avaliação da entidade o corredor bioceânico pode ser estratégico para encurtar a distância da carne bovina brasileira até mercados da Ásia, como China e Japão. Neste cenário, no entanto existe ainda as incertezas sobre o custo do transporte rodoviário ao longo do novo trajeto.

Uma das preocupações do setor é em relação ao custo do frete rodoviário, se vai compensar em comparação ao trajeto até ao Porto de Santos (exportação Ásia e Europa), mas existe um otimismo para exportações de carne com destino ao norte do Chile e ao Peru. “Já para outros mercados globais, vamos avaliar a viabilidade econômica”.
Novo caminho

O presidente SETCEMS (Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas de Mato Grosso do Sul), Cláudio Cavol, revela que a exportação de carne para países asiáticos pelos portos chilenos é praticamente inexistente. Este cenário vai mudar com o novo corredor e ponte binacional.

“Hoje, a pouca carga destinada ao norte do Chile segue por Santa Catarina, passando por Dionísio Cerqueira (SC) e São Borja (RS), o que aumenta a distância em 700 a 1.000 km em relação à nova saída por Porto Murtinho”, destacou.

Trâmites aduaneiros

Para que este sonho se torne realidade uma das preocupações do setor de transportes são os trâmites aduaneiros, para que a carga não perca tempo nas aduanas dos países vizinhos.

“Um dos desafios enfrentados é a demora nos trâmites aduaneiros. Atualmente, os caminhões podem levar de 7 a 8 dias apenas para cruzar Mato Grosso do Sul e o Paraguai, passando por diferentes etapas burocráticas nos dois países. Para que a Rota Bioceânica seja eficaz, é essencial evitar longos períodos de espera nas aduanas”, ponderou Cavol.

Ele ainda alerta sobre a necessidade da qualificação dos motoristas, já que a maioria não tem experiência no transporte internacional. “Para enfrentar esse desafio, o SETLOG pediu a capacitação desses motoristas, preparando-os para atuar nessa nova rota. A UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) ofereceu um curso em Jardim voltado à formação de profissionais de logística para o transporte internacional. A primeira turma já foi formada”.

Outro ponto essencial neste caminho é a infraestrutura das rodovias nos quatro países, que precisam estar preparadas para esta nova realidade. “É fundamental que a via seja bem sinalizada e que existam estruturas adequadas para os motoristas, como postos de gasolina, restaurantes e suporte logístico ao longo do trajeto”.

Caso estas questões sejam solucionadas, a expectativa do setor é que o fluxo de transporte aumente de 5% a 10% ao ano, contribuindo diretamente para o crescimento do PIB estadual. Mato Grosso do Sul pode inclusive ganhar um papel de destaque no comércio internacional, sendo um grande corredor de exportação de vários produtos, entre eles a carne. Serão custos e distâncias menores, com acesso a mercados estratégicos.

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