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Economia

China elogia aviação brasileira em meio a polêmica sobre suspensão de compra da Boeing

Segundo o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Lin Jian, a cooperação entre os dois países é de 'grande importância' nos mais diversos assuntos

Conjuntura Online
16/04/25 às 12h27
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Avião da Embraer (Foto: Reprodução)

Em meio a uma notícia divulgada pela Bloomberg que a China vetou a compra de aviões da empresa americana Boeing por causa do tarifaço de Trump, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Lin Jian, elogiou a aviação brasileira.

De acordo com Lian, a cooperação entre os dois países é de 'grande importância' nos mais diversos assuntos, inclusive na área de aviação, comandada no Brasil pela Embraer.

'Gostaria de destacar que o Brasil é um importante país da aviação, e a China atribui grande importância à cooperação direta com o Brasil em vários campos, incluindo a aviação. A China está satisfeita em ver que as companhias aéreas chinesas realizam uma cooperação relevante com o Brasil, de acordo com os princípios do mercado', afirmou em entrevista coletiva nesta quarta-feira (16).

Nessa terça (15), após a notícia sobre a Boeing ter sido publicada, as ações da Embraer subiram na Bolsa de Valores de São Paulo.

A empresa, junto com o governo brasileiro, vem buscando um acordo para a venda de 20 jatos de aviação civil para a China. Em maio, o presidente Lula irá até Pequim se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, em meio a uma tentativa de aumento da parceria comercial. O assunto pode entrar em pauta.

Jian, entretanto, não confirmou o veto da compra da Boeing. Segundo a reportagem da Bloomberg, Pequim também teria ordenado que as companhias aéreas chinesas suspendam as compras de qualquer equipamento ou peça relacionadas a aeronaves dos EUA.

Havia uma expectativa que as três principais companhias aéreas da China (Air China, China Eastern Airlines e China Southern Airlines) recebesse, respectivamente 45, 53 e 81 aviões da Boeing entre este ano e 2027.

Trump reagiu dizendo que a China voltou atrás em um acordo importante com a Boeing ao recusar a entrega de aeronaves.

Com o aumento dos custos por causa do tarifaço, ficou inviável para as empresas chinesas aceitarem aviões da Boeing. As ações da fabricante caíram após a notícia, acumulando queda de 10% no ano.

Comentário sobre América Latina

Em uma outra coletiva, Jian também fez comentários sobre a relação entre a China e a América Latina. Isso veio depois do secretário de Tesouro dos EUA, Scott Bessent, dizer que o investimento chinês em países emergente era 'voraz'.

'A China empreende uma cooperação prática com os países da América Latina e do Caribe com base no respeito mútuo, na igualdade e no benefício mútuo, o que impulsionou muito o desenvolvimento socioeconômico nos países e foi bem recebido e elogiado por eles', afirmou Jian.

A Casa Branca anunciou que as tarifas para a China podem chegar agora até 245% como resposta às 'ações retaliatórias' feitas pelo país asiático. Apesar disso, o governo dos Estados Unidos não explica como esse aumento ocorreu. Em um documento, a Casa Branca afirma que essa medida é para manter 'o campo de atuação e proteger a segurança nacional dos Estados Unidos'.

Segundo os EUA, entretanto, isso não será padronizado para todos os produtos e se refere a alguns que possuem uma taxa de 100% individualmente. Ou seja, essa se junta a tarifa de 145% já anunciada anteriormente por Trump.

Dois exemplos de produtos que devem chegar a até 245% são seringas e veículos elétricos, que já tinham uma tarifa anterior de 100%, aplicada inclusive pelo governo Biden.

Ao ser questionado sobre o assunto nesta quarta-feira (16), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, disse que os chineses continuam se defendendo da guerra tarifária iniciada por Trump e afirmou:

'Podem solicitar aos EUA os valores específicos das tarifas de imposto', questionou, segundo o Global Times.

'A guerra tarifária foi iniciada pelos EUA. A China tomou as contramedidas necessárias para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos e a equidade e justiça internacionais, o que é completamente razoável e legal. Guerras tarifárias e comerciais não têm vencedor. A China não quer travar essas guerras, mas não tem medo delas', continuou.

Apesar disso, Jian não falou sobre a possibilidade de uma nova resposta por parte dos chineses.

Além disso, ele também afirmou que os Estados Unidos precisam parar a tática de 'pressão máxima' se quiserem uma negociação com a China.

Em um comunicado divulgado nessa terça-feira (15), a Casa Branca informou que mais de 75 países já estão discutindo novos acordos comerciais através de negociações individuais, exceto pela China 'que retaliou'.

'Há alguns meses, a China proibiu as exportações para os Estados Unidos de gálio, germânio, antimônio e outros materiais de alta tecnologia com potenciais aplicações militares. Só nesta semana, a China suspendeu as exportações de seis metais pesados ??de terras raras, bem como ímãs de terras raras, a fim de cortar o fornecimento de componentes essenciais para montadoras, fabricantes aeroespaciais, empresas de semicondutores e contratantes militares ao redor do mundo', diz o texto.

Na semana passada, Trump anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas retaliatórias contra todos os países do mundo, limitando o valor a 10%. Isso só não ocorreu com a China, que tem sido alvo direto do conflito comercial do presidente americano. (Com CBN)

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