Em meio à pior crise política do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — marcada pelo escândalo do desvio de R$ 6,3 bilhões do INSS e pela operação policial no Rio de Janeiro que deixou mais de 120 mortos e expôs a falta de apoio do governo federal ao estado —, lideranças petistas de Mato Grosso do Sul devem ir a Brasília em busca do aval do presidente para lançar o ex-deputado federal Fábio Trad como candidato ao governo em 2026.
O movimento, liderado pelo deputado estadual Zeca do PT, busca consolidar uma candidatura própria do partido em um momento em que o Planalto enfrenta desgaste e tenta reorganizar suas bases regionais.
“Vamos eu, Camila, dona Gilda (esposa do Zeca) e Fábio Trad conversar com o presidente Lula”, confirmou Zeca, segundo reportagem do portal Primeira Página.
Zeca apadrinha a formação da chapa Fábio Trad / Gilda — apresentada por ele como uma alternativa de renovação para o PT em Mato Grosso do Sul.
A ida da comitiva a Brasília está prevista para as próximas semanas e deve incluir também articulações com o presidente nacional da legenda, Edinho Silva, que deve visitar o Estado em breve.
A expectativa é de que a reunião defina o futuro político de Fábio Trad, recém-filiado ao PT, e alinhe as estratégias eleitorais do partido para o próximo ano.
Nos bastidores, o PT sul-mato-grossense trabalha na montagem de uma chapa completa para 2026. Além do nome de Fábio Trad para o governo, a legenda discute a possível candidatura do deputado federal Vander Loubet ao Senado e aposta na reeleição da deputada Camila Jara, considerada uma das principais vozes da sigla entre os jovens.
O encontro com Lula, porém, ocorre em um cenário adverso. O presidente enfrenta críticas após negar três vezes apoio ao governador Cláudio Castro (PL) durante a escalada da violência no Rio de Janeiro e tenta recuperar o controle político diante do desgaste com a base aliada e das cobranças públicas de governadores.
Nesse ambiente turbulento, o gesto dos petistas sul-mato-grossenses busca consolidar espaço regional, sobretudo, reafirmar lealdade ao líder máximo do partido em um momento de fragilidade nacional.
