O governador Cláudio Castro (PL) afirmou na terça-feira (28) que, anteriormente, o governo federal negou ajuda para operações policiais no RJ e que, por isso, o estado “estava sozinho” na ação desta manhã nos complexos do Alemão e da Penha. Ao menos 60 pessoas foram mortas em violentos tiroteios.
“Tivemos pedidos negados 3 vezes: para emprestar o blindado, tinha que ter GLO, e o presidente [Lula] é contra a GLO. Cada dia uma razão para não estar colaborando”, reclamou Castro.
A GLO (Garantia da Lei e da Ordem) é uma operação prevista na Constituição que autoriza o uso das Forças Armadas em ações de segurança pública em situações excepcionais, quando há esgotamento das forças policiais estaduais.
Nesses casos, Exército, Marinha e Aeronáutica passam a atuar com poder de polícia, de forma temporária e sob comando do presidente da República, para restabelecer a ordem e proteger pessoas e patrimônios.
A TV Globo teve acesso a ofícios enviados pelo governo estadual ao federal, em 28 de janeiro e que não foram atendidos. Nos documentos, o governador e o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, pedem veículos blindados à Marinha e ao Exército.
O governador afirmou ainda que a operação desta terça “tem muito pouco a ver com segurança pública”, que a "guerra que está passando dos limites" e cobrou apoio do governo Lula.
"É uma operação de defesa. É um estado de defesa [...] não é mais só responsabilidade do estado. O estado está fazendo a sua parte, sim, mas quando se fala em exceder, exceder inclusive as nossas competências, já era para estar tendo um trabalho de integração muito maior com as Forças Federais, o que nesse momento não está acontecendo”.
No fim da tarde, o governador voltou a se pronunciar e disse que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, telefonou para ele e se colocou à disposição para ajudar.
"Ficamos de nos falar ao fim da noite para entender os passos de amanhã. Eu não acredito que segurança se faz politizando. Então, qualquer ajuda que o Governo Federal quiser dar dentro do que a gente necessita será bem-vinda. Hoje, a noite não tem fim aqui no Palácio Guanabara", afirmou Claudio Castro. (Com G1)
