A gestão da prefeita Adriane Lopes (PP), já conhecida pela dificuldade em entregar o básico, decidiu apertar ainda mais a vida de quem depende do SUS em Campo Grande.
Em edição extra do Diogrande, publicada nesta sexta-feira (5), a Prefeitura lançou o programa “Atestado Responsável” — nome pomposo para dizer que, agora, conseguir um atestado vai ser quase um ato de heroísmo.
Segundo o texto oficial, a ideia é “promover a emissão de atestados de forma responsável e ética”.
Na prática, soa mais como tentativa de empurrar para o usuário a culpa por problemas que a própria gestão não resolve.
A prefeitura diz querer evitar “uso indevido ou fraudulento”, mas convenientemente esquece de mencionar a falta de médicos, a dificuldade de atendimento e as filas que seguem enormes nas UBSs e UPAs.
Pelas novas regras, os profissionais da rede municipal terão que seguir critérios rígidos :
Atestado de afastamento: só para quem estiver internado, em observação ou quando o médico decidir — após avaliação presencial — que realmente precisa. Ou seja: boa sorte.
Atestado apenas pelo período da consulta: quando o paciente ficou horas esperando na unidade, mas “não tinha necessidade de afastamento”.
Declaração de comparecimento: para quem só quer provar que esteve lá, já que afastamento virou artigo de luxo.
Proibido emitir atestado: quando o médico considerar que não há motivo — ponto final.
A lei ainda reforça que a decisão é exclusivamente do médico. Já a Secretaria Municipal de Saúde promete lançar uma campanha para “esclarecer dúvidas da população” — algo que, se seguir o padrão da gestão Adriane, deve demorar tanto quanto um atendimento em horário de pico.
