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Inundação força retirada urgente do gado na região do Pantanal

O alerta foi feito pelo Sindicato Rural de Corumbá 

21/02/2018 - 08h23

Campo Grande

Inundação causada pelos rios Aquidauana e Miranda na região do Passo do Lontra (Foto: Reprodução)

O Sindicato Rural de Corumbá emitiu alerta aos produtores rurais da planície pantaneira para que iniciem imediatamente a retirada do gado das áreas alagáveis para campos mais altos, em função da previsão de uma grande enchente este ano no Pantanal, baseada nos níveis atuais do Rio Paraguai e a continuidade das fortes chuvas na região.


“O Pantanal está cheio, não é ainda uma enchente de grandes proporções, mas vai continuar enchendo porque as águas de Cáceres (alto Pantanal, em Mato Grosso) ainda não chegaram”, informou o presidente da entidade ruralista, Luciano Aguilar Leite. Ele se reuniu esta semana com pesquisadores da Embrapa Pantanal, com sede em Corumbá, para avaliar a situação.


Cheia antecipada


Os pantanais do Paiaguás e Nhecolândia, mais ao Norte, estão debaixo de água, segundo os pantaneiros. Bruno Viégas de Barros, da fazenda Boi Branco, relatou que a região está sendo muito afetada pelos repiques do rio Taquari, e a chuva de 120 milímetros na semana passada, em Coxim, deve ampliar a área de inundação, com reflexos também no nível do rio Paraguai.


A enchente nas áreas ao Sul (Nabileque e Jacadigo) neste período do ano, é um indicativo de que a cheia será de maior intensidade com a chegada das águas de Cáceres, entre abril e junho. “O produtor deve retirar o gado agora, pois continua chovendo e o Jacadigo ainda receberá água do Tucavaca (rio da Bolívia) nesta mesma época”, observou Luciano Leite.


Tráfego normal


Na parte da subregião da Nhecolândia sob influência dos rios Aquidauana, Miranda e Abobral, na Estrada Parque (MS-184), em Corumbá, os campos estão submersos, com forte vazão em direção ao rio Paraguai. A cheia, no entanto, ainda não afetou a maior atividade na região depois da pecuária, o ecoturismo. O acesso na MS-184 está normal até o trevo com a MS-228.


“Estamos operando sem problemas na Estrada Parque, mas o ritmo das águas alterna conforme as precipitações mais localizadas nas cabeceiras dos afluentes que cortam a nossa região”, relatou o empresário de turismo João Venturini. Nesta região, o Governo do Estado realiza manutenção periódica dos acessos, tanto pela MS-184 como pela MS-228.


Ladário: alerta


A subida das águas esta semana no Miranda e Aquidauana, no entanto, deve alterar o cenário na região da Estrada Parque e ampliar o nível de inundação que já ocorre no Nabileque e Jacadigo. “O que diferencia a cheia deste ano das demais, e nos preocupa, é que as águas de Cáceres vão chegar com o Pantanal já cheio”, explicou o presidente do Sindicato Rural.


Na previsão da CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais), do Ministério das Minas Energia, o Rio Paraguai atingirá o nível de alerta de uma cheia pequena na régua de Ladário, ou seja, 4,0 metros, na primeira semana de março. Para a Embrapa Pantanal, é considerada uma cheia normal a cota de até 5,5 metros, e uma grande enchente, acima deste nível.

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