O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) fechou outubro em 0,28%, segundo o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp. A taxa é mais baixa que setembro, quando registrou 0,33%, e no comparativo da série histórica dos meses de outubro é a menor desde 2006, quando atingiu -0,08%.
De acordo com o coordenador do Nepes/Uniderp, Celso Correia de Souza, os principais responsáveis pelo resultado do índice foram Vestuário (1,76%), Alimentação (0,74%), Transportes (0,33%) e Educação (0,09%). As maiores baixas ocorreram com os grupos Habitação (-0,26%), Despesas Pessoais (-0,21%) e Saúde (-0,10%).
"A inflação ainda permanece controlada, pois na análise da inflação acumulada as taxas estão bem abaixo da meta inflacionária fixada pelo governo, o que indica que as medidas econômicas tomadas pelas autoridades vêm dando certo, surtindo os efeitos esperados. Com isso, tem diminuído o valor da taxa Selic, que está atualmente em 7,5%, sinalizando que os juros podem baixar mais, dinamizando o setor econômico brasileiro, com geração de emprego e renda", explica.
A inflação acumulada nos últimos 12 meses ficou em 2,38%, índice abaixo do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%. No período, a maior taxa em relação aos grupos é do Vestuário, com 12,01%, seguindo de Transportes e Habitação, com inflações acumuladas de 4,12% e 3,60%, respectivamente.
No acumulado do ano, ou seja, em dez meses, a inflação registrada subiu para 1,78%, taxa ainda baixa quando comparada com anos anteriores. "Observamos que o único grupo que está destoando em relação às inflações acumuladas é Vestuário, que teve inflação acumulada de 8,10%, muito acima do índice acumulado geral do período.
Esse grupo mudou sua tendência de queda – notadas nos três últimos meses antecessores - apresentando essa forte alta em outubro", contextualiza Celso. Aparecem também com altas inflações acumuladas os grupos Transportes (4,31%) e Habitação (2,90%). Com altas deflações no período, aparecem Despesas Pessoais (-2,38%) e Alimentação (-2,22%). Os demais grupos têm inflações/deflações dentro da normalidade.
Maiores e menores contribuições
Os 10 "vilões" da inflação, em outubro:
Já os 10 itens que auxiliaram a reter a inflação, com contribuições negativas foram:
Segmentos
O grupo Habitação, que possui o maior peso de contribuição para o cálculo do índice mensal, apresentou deflação de -0,26%. Os principais produtos/serviços com aumentos de preços neste grupo foram: liquidificador 10,16%, fogão 8,93%, refrigerador 7,77%, entre outros com menores aumentos de preços.
Quedas de preços ocorreram com: inseticida -8,02%, limpa vidros -4,68%, saponáceo -4,38%, entre outros com menores quedas de preços.
Seguindo o comportamento de setembro, o grupo Alimentação apresentou elevação de 0,74%. Os principais aumentos de preços identificados foram com abobrinha (55,47%), goiaba (53,93%), batata (47,74%), entre outros. Fortes quedas de preços ocorreram com os seguintes produtos: uva (-38,93%), alho (-24,47%), mel de abelha, melado e karo (-23,42%), entre outros.
Dos quinze cortes de carnes bovinas pesquisados pelo Nepes da Uniderp, 11 tiveram aumentos de preços. São eles: coxão mole (9,47%), patinho (9,30%), contrafilé (9,18%), filé mignon (4,98%); alcatra (3,93%); vísceras de boi (2,65%); fígado (2,25%); lagarto (1,77%); músculo (1,25%); cupim (0,66%) e acém (0,48%). Quedas de preços ocorreram com picanha (-5,04%), ponta de peito (-4,93%), paleta (-1,68%) e costela (-1,57%).
"Como estamos em plena entressafra do boi gordo, com baixa oferta de animais para o abate, proximidade do final de ano, aumento do consumo de carnes e exportação em alta, já era esperado esse aumento de preços da carne bovina", analisa o coordenador do Nepes, Celso Correia de Souza.
Quanto aos cortes de carne suína, o pernil subiu 1,02%; já a costeleta e a bisteca reduziram -4,52% e -1,07% os preços, respectivamente. Os miúdos de frango congelados reduziram -4,49% e o frango congelado -0,56%. Os miúdos de frango tiveram queda de -3,32% e a versão congelada do frango aumentou 5,02%.
O grupo Transportes apresentou inflação de 0,33%, devido aos aumentos do diesel (2,33%) e automóvel novo (1,19%). Quedas de preços ocorreram com etanol (-2,03%) e ônibus interestadual (-0,04%).
O grupo Educação registrou pequena alta de 0,09%, devido a reajustes nos preços de produtos de papelaria. Já o grupo Despesas Pessoais fechou outubro com índice negativo de -0,21%. Alguns produtos/serviços que tiveram aumentos foram absorvente higiênico (6,36%), protetor solar (2,77%), xampu (1,77%), entre outros. Reduções de preços ocorreram com hidratante (-4,71%), papel higiênico (-2,71%) e sabonete (-2,52%).
O grupo Saúde apresentou deflação de -0,10%, motivada pelas elevações de preços do anti-inflamatório e do antibiótico (1,02%) e antialérgico e broncodilatador (0,62%). Quedas de valor foram identificadas com material para curativo (-1,49%) e exame de laboratório (-0,66%).
Completando o estudo, Vestuário encerrou o mês com alta de 1,76%. Entre os destaques de itens com maiores preços estão sandália/chinelo feminino (7,64%), tênis (7,63%) e sandália/chinelo masculino (5,98%). Quedas de preços ocorreram com camiseta feminina (-7,12%), saia (-2,36%), camisa masculina (-2,06%), entre outros.
IPC/CG
O IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande) é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo.
O IPC busca medir o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. A Uniderp divulga mensalmente o IPC/CG via Nepes.