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Carne sustentável do Pantanal ganha protocolo de certificação

O procedimento garante a origem e a rastreabilidade dos animais em toda a cadeia produtiva e a padronização dos processos

10/10/2017 - 09h09

Campo Grande

Carne sustentável do Pantanal ganha protocolo de certificação (Foto: Divulgação)

A ABPO (Associação Brasileira de Produtores Orgânicos), com apoio do WWF-Brasil, deu mais um passo para conservar o Pantanal e entregar aos consumidores uma carne bovina sem resíduos químicos e obtida com responsabilidade social e ambiental. O “Protocolo de Carne Sustentável”, lançado hoje, inova ao ser o primeiro do país a inserir a conservação ambiental numa certificação de raças bovinas.]


Pecuaristas que decidirem aderir deverão adotar boas práticas produtivas, como por exemplo: ajuste de lotação de pastagens para evitar a compactação, perda de nutrientes e desequilíbrio do solo; não utilização de produtos químicos no solo, realização de curvas de níveis em propriedades da região do planalto que realizarem a terminação dos animais; utilização de pastagens nativas do Pantanal; proteção dos recursos hídricos e recuperação de áreas degradadas.


“Esse protocolo valoriza o homem pantaneiro, sua cultura e os processos produtivos que há mais de 200 anos preservam o bioma. Somente são admitidos animais comprovadamente nascidos no Pantanal e alimentados com pastagens naturais. Caso o produtor opte por fornecer grãos ao rebanho, eles precisam ser certificados e não- transgênicos”, diz Leonardo Leite de Barros, presidente da ABPO.


O bem-estar animal é uma preocupação em todas as fases do processo produtivo, além disso, está garantida a rastreabilidade de toda a cadeia produtiva (desde nutricionais, manejo, transporte, abate e processamento) e a padronização dos processos. “O consumidor que escolhe esse produto, opta por uma carne saudável, mas também está ajudando a conservar o Pantanal e sua tradição cultural, por meio de uma escolha responsável”, conclui Barros.


Desde 2003, o WWF-Brasil já apoiou a certificação de 180 mil hectares com pecuária sustentável, no Mato Grosso do Sul. “Graças à pecuária tradicional do Pantanal, 82% da planície pantaneira ainda está preservada. A parceria com o setor produtivo é de fundamental importância para que nossa missão de produzir em harmonia com a natureza seja alcançada garantindo a sustentabilidade socioambiental e econômica para esta e as futuras gerações”, diz Júlio César Sampaio, coordenador do Programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil.


O “Protocolo da carne sustentável” está depositado na CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), é fiscalizado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento e auditado pelo IBD (Instituto Biodinâmico).


Rastreabilidade


Todos os animais têm identificação individual e o sistema recebe informações como ano em que nasceu, raça, fazenda, tipo de nutrição, intervenções. Os produtores que aderirem ao Protocolo utilizarão a ferramenta “Fazenda Pantaneira Sustentável”, desenvolvida pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), um software que avalia os processos produtivos para detectar o grau de sustentabilidade da propriedade por meio de diversos indicadores. 


O software gera uma nota final com as respostas de todos os indicadores e fornece um relatório que indica se a fazenda está sustentável ou se necessita fazer ajustes.

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