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Lula acusa Vale de ‘enrolar’ povo de Mariana e Brumadinho há sete anos

Segundo ministro de Minas e Energia, acordo está ‘90% resolvido’ e presidente deve ter reunião em breve para tratar do assunto

28/06/2024 - 14h33

De Brasília 

Tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais (Foto: Washington Alves/Reuters)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a Vale e afirmou que a mineradora “está enrolando o povo” de Mariana e de Brumadinho, cidades mineiras devastadas pelos rompimentos das barragens da empresa. A declaração foi dada nesta sexta-feira (28), durante entrevista para uma rádio. O petista disse, também, que o acordo relativo à reparação está “90% resolvido”.


“A Vale está enrolando o povo de Mariana e de Brumadinho. Vamos ser francos. Não é brincadeira. Tem sete anos. Criou uma empresa? Para fazer o que? Essa empresa já fez as casas? Já pagou indenização? Ontem eu cobri do ministro Silveira, eu cobrei dele, quero saber como está o acordo. Ele disse que está 90% resolvido, vai apresentar semana que vem ou na outra, para a gente bater o martelo e fechar esse acordo”, afirmou Lula.


“Estou pré-disposto a negociar a dívida da Vale, não com Minas Gerais, mas com o povo da região que foi solapada pela barragem. Aquele povo tem que receber casa, indenização. O rio tem que ser recuperado. E a Vale está lá, com dinheiro aplicado, mas sem querer pagar. Vamos fazer acordo também para que a Vale pague essa dívida e a gente zere os problemas em Minas Gerais”, completou em entrevista para FM O Tempo.


A barragem da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho, rompeu em 2019. A tragédia matou 270 pessoas, e parentes de três vítimas ainda aguardam notícias sobre os corpos soterrados pela lama. No começo deste ano, o pagamento de auxílio aos atingidos foi prorrogado até 2026. Eles ainda aguardam a entrega de suas moradias e compensação. Os responsáveis não foram condenados.


A tragédia completa cinco anos com o processo criminal sem perspectiva de julgamento final. Dos 16 réus na Justiça, pelo menos um ainda não foi citado. O caso está sendo traduzido para o alemão para, enfim, tentar notificar o então gerente da consultora Tüv Süd, empresa que atestou a estabilidade da barragem antes do rompimento. A reportagem acionou a Vale, mas ainda não obteve retorno.


Já a barragem do Fundão, em Mariana, foi rompida em 2015. A estrutura era operada pela Samarco, que é uma joint venture entre a Vale e a anglo-australiana BHP. Na ocasião, ao menos 19 pessoas morreram e toneladas de rejeitos de mineração foram despejadas no Rio Doce e no Oceano Atlântico.

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