Nem rally, nem teste de suspensão: é só mais um dia comum nas ruas de Campo Grande. Um carro capotou na manhã desta quinta-feira (30) depois que o motorista caiu em um buraco no cruzamento das avenidas Vereador Thyrson de Almeida e George Chaia, perto do Parque Ecológico do Anhanduí.
O acidente, que por sorte não teve feridos, virou retrato fiel da situação das vias da Capital, onde o asfalto cede e a gestão da prefeita Adriane Lopes (PP) patina até para manter uma simples operação tapa-buracos.
O mecânico Guilherme Marques Ferreira, condutor do veículo, contou que o pneu estourou ao passar pela cratera e que o carro capotou logo em seguida.
“Eu bati em um buraco ali na curva e perdi o controle. Era pra ter caído dentro do córrego, mas consegui desviar. Graças a Deus foram só danos materiais”, relatou, em entrevista ao G1.
O carro ficou tombado no canteiro central, e o motorista escapou sem ferimentos — mas com o prejuízo e a indignação de quem virou mais uma vítima do descaso.
Moradores da região dizem que o buraco é velho conhecido de quem passa por ali e cresce a cada chuva, como tantos outros espalhados pela cidade. “A gente reclama, tira foto, marca a Prefeitura, e nada. Parece que só vão tapar quando alguém se machucar de verdade”, desabafou uma moradora.
A Prefeitura foi questionada sobre quando o buraco será tapado, mas a resposta não trouxe boas notícias. Em nota, informou que “ainda não é possível definir uma data” e que o serviço depende da inclusão da via no cronograma das equipes regionais — o mesmo cronograma que, para muitos campo-grandenses, parece existir apenas no papel.
Enquanto isso, motoristas seguem desviando de crateras, driblando poças e torcendo para não virar estatística. Em Campo Grande, cada curva virou uma aposta: quem escapa do buraco hoje, não sabe se terá a mesma sorte amanhã.
