A circulação do vírus do sarampo pela América do Sul acendeu alerta de autoridades brasileiras e é motivo de preocupação, também, em Mato Grosso do Sul. O estado está na linha de fronteira com dois países que registram casos da doença: Paraguai e Bolívia.
De acordo com o Ministério da Saúde paraguaio, 7 casos da doença foram confirmados no país, todos eles em pessoas que não tomaram a vacina.
Mas, a situação mais alarmante é a da Bolívia, que está em surto epidêmico, conforme divulgado pelo Ministério da Saúde boliviano, com 237 casos confirmados. O país decretou emergência nacional contra a doença.
O avanço do sarampo nos dois países levou Mato Grosso do Sul a iniciar protocolos de prevenção para evitar a propagação da doença. O estado não registra casos da doença desde 2020. Veja abaixo quais medidas já foram adotadas:
Aplicação da vacina “dose zero” contra o sarampo, voltada para bebês de 6 a 11 meses e 29 dias. A dose recebe esse nome porque é aplicada em crianças com menos de um ano de idade, ou seja, antes da vacinação de rotina, que é feita aos 12 e aos 15 meses. A medida segue recomendação do Ministério da Saúde.
Bloqueios vacinais, ou seja, imunização de pessoas que tiveram contato com infectados)
Busca ativa de pessoas com sintomas
Ações educativas
O Brasil recebeu certificado de país livre da doença em novembro do ano passado. Mas movimentos antivacina têm levado a surtos da doença pelo mundo.
A doença
O sarampo é uma doença infecciosa grave, causada por Morbilivirus e transmitida por secreções das vias respiratórias eliminadas pelo espirro ou tosse. Após o contágio, os sintomas podem aparecer em cerca de 12 dias. A doença é considerada grave e pode levar à morte.
Estimativas apontam que uma pessoa infectada pode transmitir o sarampo para até 90% das pessoas próximas e que não tenham se vacinado. Os principais sintomas são:
Manchas no corpo
Febre alta
Mal-estar
Tosse seca
Conjuntivite
Nariz escorrendo ou entupido
Falta de apetite
A doença também pode levar a complicações como pneumonia, encefalite e desidratação, além de prejudicar o sistema imunológico.
O Ministério da Saúde reforça que a principal medida para conter o avanço do sarampo é a vacinação. Os tipos de vacina são:
Dupla viral - proteção do vírus do sarampo e da rubéola
Tríplice viral - proteção do vírus do sarampo, caxumba e rubéola
Tetra viral - proteção do vírus do sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora)
Na rotina de vacinação, a vacina é indicada para pessoas com idades entre 12 meses e 59 anos. Em situações específicas, como a do risco de avanço da doença a partir das fronteiras com outros países, o imunizante é indicado para crianças menores de 12 meses (“dose zero”).
No SUS (Sistema Único de Saúde) estão disponíveis a tríplice e a tetraviral.
O Brasil já foi referência mundial em vacinação. Com o PNI (Programa Nacional de Imunizações), criado em 1973, o país conseguiu eliminar a pólio, o sarampo, a rubéola, a síndrome da rubéola congênita e o tétano neonatal. Mas a cobertura vacinal começou a cair após desde 2015-2016. (Com g1 - MS)