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'Odeio expectativas, sou pessimista por natureza', diz Fernanda Torres 

À BBC, atriz diz que ficaria 'mais do que feliz' com indicação ao Oscar, mas afirma que já está bastante satisfeita com vitória no Globo de Ouro


Conjuntura Online
22/01/25 às 08h14
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'É claro, eu ficarei mais do que feliz se eu for indicada ao Oscar (Foto: Reuters/BBC Brasil)

Falando à BBC, a atriz brasileira Fernanda Torres brinca que tinha acabado de subir o K2, a segunda montanha mais alta do mundo, e já estavam lhe perguntando sobre o Everest.

Nessa analogia, o K2 é o prêmio Globo de Ouro, que ela venceu no início de janeiro na categoria de melhor atriz em um drama, com o filme brasileiro Ainda estou aqui.

Por conta da vitória no Globo de Ouro e da repercussão tanto do filme quanto da atuação de Torres, há grandes expectativas pela indicação da brasileira ao prêmio — que, entre os pré-selecionados para a categoria de melhor filme internacional, traz também Ainda estou aqui.

A divulgação das indicações ao Oscar está prevista para essa quinta-feira (23/01).

"É claro, eu ficarei mais do que feliz se eu for indicada ao Oscar. Mas, ao mesmo tempo, o Globo de Ouro já é uma conquista tão grande. No Brasil, é como se tivéssemos vencido a Copa do Mundo", afirmou Torres ao programa de rádio Weekend, do serviço mundial da BBC.

"Se eu conseguir um lugar na base 1 do Everest, eu ficarei mais que satisfeita, mas ganhar...", hesitou a atriz.

"Eu odeio expectativas. Sou uma pessimista por natureza. E o que vier, vou ficar feliz. Sabe, estou mais do que feliz com o meu pesado Globo de Ouro na minha mala. E eu amaria ser indicada porque isso seria muito simbólico." "Mas eu não meço a vida em termos de ganhar ou perder."

Colunistas e veículos da imprensa internacional têm endossado as chances de Fernanda Torres concorrer, e quiçá ganhar, o Oscar.

Nicholas Barber, crítico da BBC, apostou no nome da brasileira entre as cinco indicadas. Já Caryn James, também da BBC, não deu o nome como tão certo, embora tenha classificado a atuação de Torres como "inspiradora" e merecedora de uma indicação.

Torres aparece ainda entre as apostas de indicadas ao Oscar em listas de previsões recentes da Variety, da Vanity Fair e do editor Scott Feinberg em The Hollywood Reporter.

Em um texto de 9 de janeiro, o editor na Variety Clayton Davis afirmou que a vitória de Torres no Globo de Ouro deu a ela um "impulso vital em uma categoria em que é notoriamente difícil para artistas internacionais garantirem a atenção do Oscar".

David Canfield, da Vanity Fair, afirmou que Ainda estou aqui está sendo "extremamente bem recebido pelos membros da Academia [de Artes e Ciências Cinematográficas]".

"Se votantes o suficiente assistirem, ela consegue [a indicação]", escreveu Canfield.

A carioca foi a primeira atriz brasileira a levar o Globo de Ouro, derrotando nomes conhecidos mundialmente como Nicole Kidman, Tilda Swinton e Kate Winslet.

"Eu era o cavalo azarão naquela noite, e foi bonito de ver, porque é um ano muito especial para performances femininas — performances incríveis, e também coisas muito bonitas de mulheres maduras", afirmou à BBC.

A atriz de 59 anos dedicou o Globo de Ouro à sua mãe, Fernanda Montenegro — que, em 1999, foi indicada ao mesmo prêmio e ao Oscar de melhor atriz por sua atuação em Central do Brasil, mas perdeu para Cate Blanchett e Gwyneth Paltrow, respectivamente.

A conexão entre as conquistas de mãe e filha é inevitável — inclusive porque tanto Central do Brasil quanto Ainda estou aqui foram dirigidos por Walter Salles.

E é interpretando uma mãe da vida real que Fernanda Torres está alcançando voos tão altos com Ainda estou aqui: ela faz o papel de Eunice Paiva (1929-2018), esposa de Rubens Paiva, político brasileiro desaparecido e morto durante a ditadura militar no Brasil.

O longa é baseado em livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, um dos cinco filhos de Eunice e Rubens.

"Marcelo escreveu o livro porque a mãe dele estava começando a ter Alzheimer. Ele pensou: se eu não escrever isso, a memória dela vai ser esquecida junto com a memória do país", relatou a atriz.

Para Torres, o filme está ensinando aos jovens "o que realmente significa viver em uma ditadura", em um momento em que o Brasil "estava perdendo sua memória".

"Muitos jovens que foram criados durante o período democrático... A democracia não resolveu nossos problemas, a desigualdade e tudo mais. Eles [os jovens] começaram a pensar que talvez uma economia liberal com um toque de ditadura iria resolver nossos problemas, porque eles não tinham qualquer memória da ditadura."

A atriz considera que o momento atual é "distópico" — como o período retratado no filme.

"Não é só no Brasil. Acho que a Eunice Paiva e a família Paiva foram vítimas da Guerra Fria, um momento muito distópico no mundo", afirmou. "E tem muito a ver com o momento que estamos vivendo agora, eu acho."

A carioca foi a primeira atriz brasileira a levar o Globo de Ouro, derrotando nomes conhecidos mundialmente como Nicole Kidman, Tilda Swinton e Kate Winslet.

"Eu era o cavalo azarão naquela noite, e foi bonito de ver, porque é um ano muito especial para performances femininas — performances incríveis, e também coisas muito bonitas de mulheres maduras", afirmou à BBC.

A atriz de 59 anos dedicou o Globo de Ouro à sua mãe, Fernanda Montenegro — que, em 1999, foi indicada ao mesmo prêmio e ao Oscar de melhor atriz por sua atuação em Central do Brasil, mas perdeu para Cate Blanchett e Gwyneth Paltrow, respectivamente.

A conexão entre as conquistas de mãe e filha é inevitável — inclusive porque tanto Central do Brasil quanto Ainda estou aqui foram dirigidos por Walter Salles.

E é interpretando uma mãe da vida real que Fernanda Torres está alcançando voos tão altos com Ainda estou aqui: ela faz o papel de Eunice Paiva (1929-2018), esposa de Rubens Paiva, político brasileiro desaparecido e morto durante a ditadura militar no Brasil.

O longa é baseado em livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, um dos cinco filhos de Eunice e Rubens.

"Marcelo escreveu o livro porque a mãe dele estava começando a ter Alzheimer. Ele pensou: se eu não escrever isso, a memória dela vai ser esquecida junto com a memória do país", relatou a atriz.

Para Torres, o filme está ensinando aos jovens "o que realmente significa viver em uma ditadura", em um momento em que o Brasil "estava perdendo sua memória".

"Muitos jovens que foram criados durante o período democrático... A democracia não resolveu nossos problemas, a desigualdade e tudo mais. Eles [os jovens] começaram a pensar que talvez uma economia liberal com um toque de ditadura iria resolver nossos problemas, porque eles não tinham qualquer memória da ditadura."

A atriz considera que o momento atual é "distópico" — como o período retratado no filme.

"Não é só no Brasil. Acho que a Eunice Paiva e a família Paiva foram vítimas da Guerra Fria, um momento muito distópico no mundo", afirmou. "E tem muito a ver com o momento que estamos vivendo agora, eu acho."

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