Walter Salles defendeu a taxação de grandes fortunas em evento promovido pelo jornal ‘O Globo’ no Rio.
Aliás, o cineasta vencedor do Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira por ‘Ainda Estou Aqui’ é mais rico do que, individualmente, os três donos do Grupo Globo.
Herdeiro de um império bancário, ele possui patrimônio de 4,8 bilhões de dólares (R$ 26,2 bilhões), enquanto cada Marinho — Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto — tem 3,3 bilhões de dólares (RS 18 bilhões), segundo dados do ranking da revista ‘Forbes’.
“Temos a chance de construir um país mais justo e igualitário, corrigindo as distorções de um sistema que, como a gente sabe, cobra mais de quem tem menos”, disse o cineasta, segundo o próprio ‘O Globo’.
“Quero deixar todo o meu apoio à tributação progressiva, meu apoio a taxação das grandes fortunas e democracia com justiça tributária.”
Com posições políticas à esquerda e flagrante simpatia pelo presidente Lula, Walter Salles se junta a outros bilionários dispostos a pagar mais impostos em nome de melhor distribuição de renda e recursos à população carente.
Neste grupo estão os norte-americanos Warren Buffett, George Soros, Abigail Disney, Karen Stewart e Stephen Prince, entre outros.
O posicionamento do diretor premiado é relevante por sua visibilidade na mídia. Poucos artistas brasileiros — e há vários com fortuna perto ou acima de R$ 1 bilhão — se manifestam a respeito da desproporcionalidade na cobrança de impostos entre ricos e pobres.
Um dos poucos a falar do assunto é Luciano Huck, principal apresentador da Globo e dono do maior salário da TV brasileira (estimado entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões por mês). Ele já defendeu o imposto progressivo e, ao mesmo tempo, manifestou preocupação com a saída de dinheiro do país caso haja tributação maior sobre herança e fortuna. (Com Jeff Benício/Terra)