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Justiça aceita denúncia e músico acusado pelo assassinato de jornalista responde por feminicídio

A denúncia, feita pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul 

Conjuntura Online
21/03/25 às 06h52
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Caio e Vanessa em foto das redes sociais

O músico Caio Nascimento, suspeito de assassinar a jornalista Vanessa Ricarte, no dia 12 de fevereiro, em Campo Grande (MS), vai à júri popular por feminicídio. A denúncia, feita pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), foi aceita pelo titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri, juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, na quarta-feira (19), informa o G1.

No entanto, o magistrado rejeitou as acusações apontadas pelo MPMS de cárcere privado, violência psicológica e tentativa de homicídio contra o amigo da vítima, que estava no local na hora do crime.


Conforme o juiz, faltaram elementos que comprovassem a prática dos crimes na denúncia apresentada pelo MPMS.

Ao g1, a família da vítima enviou um vídeo falando sobre a decisão. Veja abaixo.

Entenda as respostas do juiz

Tentativa de homicídio - Única testemunha do crime, o amigo de Vanessa se trancou em um dos quartos da residência com a vítima, após ela ser esfaqueada pelo músico. Caio teria tentado arrombar o local, o que, no entendimento do MP, caracterizaria perseguição e tentativa de homicídio contra o amigo de Vanessa.

No entanto, em um determinado momento, a testemunha e o suspeito chegaram a conversar através de uma janela, até Caio decidir ir para outro cômodo da casa, onde acabou sendo preso.

Segundo o juiz, não há descrição na acusação de que tenha havido efetiva perseguição, e que o denunciado não conseguiu aplicar golpes de faca e matar o amigo da vítima, por circunstâncias alheias à sua vontade.

Mas, segundo ele, nada impede que, ao longo da instrução processual, as provas possam demonstrar o contrário, caso em que o MPMS poderá oferecer uma denúncia aditiva.

Cárcere privado - Com relação a este crime, o juiz afirmou que o MPMS não detalhou de maneira suficiente o que Caio teria feito, uma vez que a peça acusatória apenas indicou que o acusado impediu a jornalista de "dirigir sua própria liberdade".

Violência psicológica - Novamente, conforme o juiz, o MPMS não teria esclarecido de maneira suficiente a conduta do músico na denúncia.

Ainda no documento, o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida pontuou que a peça proposta pelo Ministério Público perante o Poder Judiciário parece conter "excesso acusatório", diante da "proporção midiática" que o caso tomou.

Por fim, o magistrado deu prazo de 10 dias para a defesa de Caio se manifestar. O suspeito continua preso enquanto aguarda a definição de uma data para o júri popular.

Ao g1, a defesa de Caio afirmou que será apresentada uma resposta a acusação, porém ainda não foi intimada formalmente.

O irmão de Vanessa, Walker Ricarte, falou sobre a decisão do juiz através de um vídeo.

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