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Crise na Santa Casa: profissionais acionam polícia por ameaça a mais de 70 pacientes

"Além desses 70 pacientes que estão na lista, outros se acrescentarão, pois acidentes ocorrem o tempo todo e os pacientes chegam à Unidade", disse.

Conjuntura Online
27/03/25 às 05h51
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Situação na Santa Casa preocupa os próprios médicos (Foto: Vinicius Souza/TV Morena)

Em meio a um cenário que classificam como caótico, médicos da Santa Casa de Campo Grande registraram boletim de ocorrência para denunciar o risco à vida de dezenas de pacientes internados.

De acordo com o relato feito à polícia, pelo menos 70 pessoas estariam em condição crítica, sujeitas a sequelas irreversíveis ou até mesmo à morte por falta de recursos e atendimento adequado.

Os médicos descreveram a situação como “caótica”, informando que os setores de urgência, emergência e ortopedia são os mais afetados, pois são os que mais recebem pacientes. Além da situação emergencial, os profissionais denunciaram também a falta de insumos nos estoques.

“Neste momento, não há nenhum material ortopédico disponível para a realização de cirurgias de urgência e emergência, que deveriam estar ocorrendo. A situação chegou ao limite hoje, mas há semanas a quantidade de insumos não chega”, detalhou um dos médicos à polícia.

Segundo o boletim de ocorrência, um outro médico informou que a ortopedia precisou fechar as portas diante do colapso. "Além desses 70 pacientes que estão na lista, outros se acrescentarão, pois acidentes ocorrem o tempo todo e os pacientes chegam à Unidade", disse.

Em contato com a secretária de Saúde de Campo Grande, Rosana Leite, o g1 foi informado que os médicos foram orientados pelo Conselho Regional de Medicina a registrar a situação em Boletim de Ocorrência.

A secretária também afirmou que a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) está negociando com outras unidades hospitalares para tentar aliviar a demanda na Santa Casa.

Rosana Leite explicou também que a pasta solicitou a regulação de 40 pacientes da área de trauma, mas até atualização da reportagem, os pacientes ainda haviam sido transferidos.

“O município se comprometeu a realizar um aporte adicional de R$ 1 milhão por mês no contrato, elevando o repasse para a Santa Casa a R$ 6 milhões. O estado, que atualmente repassa cerca de R$ 9 milhões mensais, também está avaliando um aumento nesse valor. Pelas regras do programa, qualquer rompimento contratual exige um período de carência de seis meses. ‘Não é algo que se resolve da noite para o dia'”, afirmou a secretária.

Bloqueio de bens

Para conter o colapso financeiro que ameaça o funcionamento da instituição, a Santa Casa de Campo Grande obteve uma decisão judicial favorável para o bloqueio de R$ 46 milhões da Prefeitura de Campo Grande. A medida foi tomada após a Santa Casa alegar, em ação cível, que opera com subfinanciamento crônico e que a prefeitura não cumpriu integralmente o orçamento destinado à saúde no último ano.

A Justiça, em caráter de urgência, determinou que a prefeitura realize o repasse da verba em 48 horas, sob pena de sequestro de bens. A decisão, concedida pelo juiz Marcelo Andrade Campos Silva, titular da 4ª Vara, visa garantir o cumprimento de uma sentença judicial anterior que reconheceu o direito da Santa Casa ao recebimento do montante.

A instituição hospitalar, que realiza mais da metade dos atendimentos de alta complexidade na região de Campo Grande, argumenta que o repasse é crucial para a manutenção dos serviços e para evitar o agravamento da crise financeira que a assola. (Com G1)

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