A 15ª COP15 (Conferência das Partes) da Convenção sobre a Conservação de Espécies Migratórias de Animais Silvestres (CMS) será realizada de 23 a 29 de março de 2026, em Campo Grande (MS).
O anúncio foi feito pelo governo brasileiro e pelo Secretariado da CMS, e comunicado oficialmente ao governador Eduardo Riedel pelo ministro substituto do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, durante o lançamento do Pacto pelo Pantanal.
Considerada um dos eventos mais relevantes na proteção da fauna migratória global, a COP15 reunirá representantes de cerca de 130 países, além de cientistas, povos indígenas, comunidades tradicionais e organizações da sociedade civil para discutir estratégias de conservação frente às crescentes ameaças ambientais.
Segundo o secretário de Meio Ambiente de MS, Jaime Verruck, a escolha de Campo Grande reflete o reconhecimento das políticas ambientais do Estado. A ministra Marina Silva destacou que sediar o evento reforça o compromisso do Brasil com a biodiversidade e com o protagonismo internacional nas questões ambientais, tendo o Pantanal como cenário ideal para o encontro.
O Brasil, signatário da CMS desde 2015, abriga grande diversidade de espécies migratórias como onças-pintadas, falcões, tartarugas e baleias, que utilizam os habitats do país para reprodução, alimentação e descanso. Essas espécies são protegidas por legislação ambiental e acordos internacionais, e muitas integram a lista de espécies ameaçadas da CMS.
“A COP15 em Campo Grande é uma chance única de avançarmos na cooperação global e em medidas efetivas de preservação”, afirmou Amy Fraenkel, secretária-executiva da CMS.
Durante o evento, os temas prioritários incluem: inclusão de novas espécies na CMS, combate à caça e ao comércio ilegal, preservação de corredores ecológicos, revisão do Plano Estratégico de Samarcanda (2024–2032), ampliação de iniciativas como a CMS Jaguar Initiative e articulação com outras convenções ambientais, como CITES, CDB e Ramsar.
A CMS, tratado da ONU criado em 1979, conta atualmente com 133 países-membros e promove ações coordenadas para a proteção de animais migratórios terrestres, aquáticos e aviários. A última conferência foi realizada em fevereiro de 2024, em Samarcanda, no Uzbequistão.