Campo Grande iniciou a manhã desta segunda-feira (15) sem a circulação de ônibus do transporte coletivo.
De acordo com reportagerm do G1, motoristas do Consórcio Guaicurus entraram em greve ainda durante a madrugada, após atrasos no pagamento de salários e benefícios, deixando mais de 100 mil usuários sem alternativa de deslocamento na Capital.
Com a paralisação, os cinco terminais de ônibus permaneceram fechados, assim como os pontos de integração entre as linhas.
Em diversos bairros, passageiros se concentraram nos pontos à espera de ônibus que não chegaram, relatando apreensão e dificuldades para chegar ao trabalho, à escola e a compromissos médicos.
O indicativo de greve havia sido aprovado em assembleia dos trabalhadores realizada na última quinta-feira (11). Segundo a categoria, a decisão foi motivada pelo não pagamento do salário de novembro, do 13º salário e de benefícios como vales.
Desde as primeiras horas do dia, os motoristas se concentraram na garagem da empresa, com cartazes, e impediram a saída dos veículos.
Até o momento, não há previsão para o fim da paralisação nem para a retomada do serviço.
Salários e 13º em atraso
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU-CG), o Consórcio Guaicurus não quitou integralmente os salários de novembro nem efetuou o pagamento do 13º salário. A situação, segundo o sindicato, inviabilizou a manutenção do trabalho da categoria.
Procurado, o Consórcio informou que enfrenta dificuldades financeiras em razão de atrasos nos repasses públicos. Já a Prefeitura de Campo Grande foi acionada após a deflagração da greve, mas não respondeu aos questionamentos até a publicação desta matéria.
Em nota divulgada anteriormente, o Executivo municipal afirmou que os repasses ao Consórcio estão em dia.
Consórcio alega crise financeira
Na última sexta-feira (12), o Consórcio Guaicurus divulgou comunicado alegando atravessar uma crise financeira. Conforme a empresa, a falta de repasses relacionados a subsídios, vale-transporte e outros itens que compõem a tarifa compromete a operação do sistema e o cumprimento de obrigações trabalhistas.
O impasse não é inédito. Em outubro, motoristas já haviam atrasado a saída dos ônibus das garagens em protesto contra o atraso no adiantamento salarial, o que também causou transtornos à população.
Em nota, o Consórcio informou que pagou 50% dos salários de novembro no último sábado (13) e atribuiu o atraso à inadimplência do Município. Segundo a empresa, desde 2022, os valores não repassados pelo poder concedente ultrapassam R$ 39 milhões.
