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Ação contra o PCC interdita quase 50 postos no PI, MA e TO 

Segundo a SSP, o grupo usava empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para fraudar o mercado de combustíveis

Conjuntura Online
05/11/25 às 08h19
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Quase 50 postos são interditados no PI, MA e TO por suspeita de lavar dinheiro para o PCC (Foto: Divulgação/SSP-PI)

Policiais civis interditam 49 postos de combustíveis nesta quarta-feira (5) em cidades do Piauí, Maranhão e Tocantins.

A ação faz parte da Operação Carbono Oculto 86, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro de R$ 5 bilhões ligado à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Piauí, o grupo usava empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para lavar dinheiro para o PCC, fraudar o mercado de combustíveis e ocultar patrimônio. Dezesseis postos ficam na capital piauiense Teresina.

Um dos bens apreendidos na operação foi o avião Cessna Aircraft 210M do empresário Haran Santhiago Girão Sampaio, além de três aeronaves: Raytheon Aircraft 400A, Air Craft Astra SPX e Aircraft C90A.

Elas serão enviadas à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para inserção de gravame — ou seja, uma restrição nos documentos dos veículos.

O g1 não conseguiu contato com a defesa de Haran até a última atualização desta reportagem. A polícia apreendeu ainda um Porsche avaliado em mais de R$ 550 mil.

Os policiais também cumpriram mandados de busca e apreensão nos seguintes endereços ligados aos investigados:

Duas casas localizadas em condomínio de luxo nos bairros Uruguai e Novo Uruguai, na Zona Leste de Teresina;
Cinco apartamentos nas zonas Leste, Sudeste e Sul de Teresina;
Uma casa localizada em condomínio em Araraquara (SP).
A Justiça determinou o sequestro de R$ 348 milhões em bens de 10 pessoas e 60 empresas.

Como era o esquema

De acordo com a Polícia Civil do Piauí, o valor de R$ 5 bilhões foi identificado em movimentações atípicas das empresas envolvidas no esquema. A suspeita é que ele seja semelhante ao descoberto na Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto.

A investigação revelou interconexão direta entre empresários locais e os mesmos fundos e operadores alvos da Carbono Oculto, considerada a maior operação da história do país contra o crime organizado.

Para dificultar a identificação dos reais beneficiários, os suspeitos usaram nomes de laranjas, constituíram fundos e usaram fintechs para movimentações financeiras, mesmo modo de operação verificado na outra operação.

A investigação aponta ainda que os postos vendiam combustível adulterado e que usaram fraude fiscal para deixar de pagar milhões de reais em impostos.

Quem são os alvos
O empresário Haran Santhiago e outros cinco investigados — Danillo Coelho de Sousa, Moisés Eduardo Soares Pereira, Salatiel Soido de Araújo, Denis Alexandre Jotesso Villani e João Revoredo Mendes Cabral Filho — foram alvos de medidas cautelares. A defesa deles não foi encontrada até a última atualização desta reportagem.

A Justiça determinou que eles compareçam ao tribunal sempre que forem intimados. Eles estão proibidos de saírem de Teresina e mudarem de endereço sem autorização judicial.

Outra proibição imposta aos alvos é de se comunicarem com os demais investigados por qualquer meio, inclusive redes sociais, aplicativos de mensagens e terceiros.

Onde estão os postos
De acordo com a SSP, os policiais estão em campo para interditar os postos localizados nas seguintes cidades:

Piauí: Teresina, Lagoa do Piauí, Demerval Lobão, Miguel Leão, Altos, Picos, Canto do Buriti, Dom Inocêncio, Uruçuí, Parnaíba e São João da Fronteira;
Maranhão: Caxias, Alto Alegre e São Raimundo das Mangabeiras;
Tocantins: São Miguel do Tocantins.
Uma coletiva de imprensa será realizada às 11h desta quarta, na sede do Ministério Público do Piauí, em Teresina, para dar mais detalhes sobre a operação.

Braço do PCC no Nordeste
A investigação teve início após a venda da rede HD, que possui dezenas de postos no Piauí, Maranhão e Tocantins, em dezembro de 2023. A polícia descobriu que a rede foi vendida à Pima Energia e Participações, que havia sido criada apenas seis dias antes da operação.

Informações levantadas pelos investigadores indicaram ainda inconsistências patrimoniais e alterações societárias suspeitas.

A investigação identificou ainda remessa de mais de R$ 700 mil de um dos suspeitos para uma empresa citada na operação Carbono Oculto por ligação com o esquema do PCC.

Ainda segundo a investigação, há indícios de fraude fiscal e de emissão de notas fiscais frias pelo grupo, além do uso de fundos e holdings para ocultar recursos. (Com g1  PI e TV Globo)

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