Logo após iniciar o segundo mandato em janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou uma guerra comercial, elevando tarifas sobre dezenas de países, alterando algumas delas e concordando com uma série de acordos comerciais provisórios.
A taxa média de importação nos EUA está agora em seu nível mais alto desde a década de 1930, e há indícios de que as tarifas mais elevadas estão se refletindo em preços mais altos para os americanos.
Mas elas também estão causando prejuízos além das fronteiras do país. Abaixo estão alguns exemplos ao redor do mundo.
Suíça, Japão e México sentiram impacto
A economia suíça encolheu no terceiro trimestre na taxa mais acentuada desde o auge da pandemia de Covid-19 em 2020. O governo atribuiu a contração principalmente a uma queda na produção da indústria química e farmacêutica, apontando para a recente volatilidade no comércio exterior ligada às novas tarifas dos EUA.
Na Ásia, a economia japonesa também contraiu no terceiro trimestre. As quedas nas exportações e no investimento residencial privado foram os principais fatores.
E a economia do México também encolheu no terceiro trimestre. Economistas atribuíram o fraco desempenho, em parte, à política comercial de Trump, que afetou negativamente a confiança empresarial e os investimentos.
Fabricantes canadenses cortaram milhares de empregos
O setor manufatureiro do Canadá perdeu 36.500 empregos desde o início do ano e agora tem a menor força de trabalho desde setembro de 2021, quando o setor ainda se recuperava da pandemia, de acordo com a Survey of Employment, Payrolls and Hours.
“O setor manufatureiro foi um dos mais afetados pelas tarifas impostas pelos EUA”, afirmou a Canadian Manufacturers & Exporters, uma associação do setor, em setembro, descrevendo o segmento como um importante motor das exportações.
Exportações de café do Brasil para o principal mercado caíram drasticamente
Entre agosto e meados de novembro, as exportações de café do Brasil para os Estados Unidos estiveram sujeitas a uma pesada tarifa de 50%. Essa tarifa tornou “praticamente impossível exportar para esse mercado”, disse Márcio Ferreira, presidente do grupo exportador Cecafé, ou Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, em outubro.
As importações de café dos EUA provenientes do maior produtor mundial caíram mais da metade no período de agosto a novembro em comparação com o ano anterior, segundo os dados mais recentes do conselho. Essa queda contribuiu para um declínio de 32,2% nas vendas de café brasileiro para os Estados Unidos desde o início de 2025, em relação ao ano anterior.
Apesar da queda, os Estados Unidos foram o maior importador de café brasileiro nos primeiros 11 meses de 2025. A produção de café e atividades relacionadas representam até 1,8% do PIB do Brasil, enquanto o cultivo de café emprega cerca de 3% da força de trabalho do país, incluindo empregos sazonais e indiretos, segundo informações do Ministério da Agricultura do Brasil à CNN. (Com CNN)
