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Economia

Produção de veículos retoma patamares pré-pandemia após 5 anos

Segundo a Anfavea, a produção de carros novos registrou 217,4 mil unidades, semelhante ao visto em fevereiro de 2019

Conjuntura Online
14/03/25 às 13h29
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Produção de veículos no Brasil sobe em fevereiro, diz Anfavea (Foto: Nacho Doce/Reuters)

A produção de carros novos de fevereiro de 2025 foi a maior em seis anos, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

De acordo com o levantamento divulgado nesta sexta-feira (14) pela entidade, o número de carros produzidos foi de 217,4 mil no mês passado, enquanto o de 2019 foi de 257.9 mil.

Apesar de mais próximos, os dados de fevereiro de 2019 estão ainda 40,5 mil unidades acima de fevereiro deste ano.

Comparando com o mesmo período de 2024, no qual foram emplacados 189,7 veículos leves, o crescimento da produção de fevereiro é de 14,6%.

Considerando os números do primeiro bimestre de 2025, o crescimento frente ao mesmo período de 2024 foi de 14,8%. Foram 392,9 mil unidades produzidas nos dois primeiros meses do ano -- o que representa o melhor desempenho para o período desde 2021 --, frente a 342,2 mil unidades produzidas no primeiro bimestre do ano passado.

"O mercado continua em crescimento. Foram os maiores emplacamentos desde 2020, apesar de fevereiro ter menos dias úteis que janeiro. Em fevereiro, a média diária subiu 19% em relação a janeiro, e as vendas diretas cresceram 329%", diz Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

Ainda segundo o executivo, 70% dos veículos são financiados, enquanto 30% são comprados à vista. A Taxa de juros, que chegou a 13,3%, eleva o custo de aquisição de veículo, o que pode prejudicar o bom desempenho da indústria nos próximos meses.

Contudo, de acordo com a Associação, o crescimento no número de automóveis vendidos cresceu 9% no primeiro bimestre de 2025 frente aos primeiros dois meses de 2024.

De acordo com a Anfavea, boa parte desse resultado se deve ao número de veículos exportados.

Exportações

De acordo com dados da entidade, o aumento de carros enviados para a Argentina aumentou 172% quando se o primeiro bimestre de 2025 com o de 2024. No geral, 76,7 mil unidades foram exportadas no período, 55% a mais que nos primeiros dois meses de 2024. Deste total, 62% dos veículos foram para a Argentina.

Confira o crescimento das principais exportações de veículos brasileiros para países vizinhos, considerando o período de janeiro e fevereiro de 2025 comparado ao do ano anterior:

Argentina: 172%;
Colômbia: 52%;
Uruguai: 17%;
Chile: 12%.

Segundo o estudo, o Brasil vem perdendo espaço para a China na América Latina. Em 2013, a participação de carros produzidos na China representavam apenas 4,6% das exportações, enquanto o Brasil era responsável por 22,5% dos carros exportados para os países da região.

No ano passado, a China ultrapassou o Brasil, conquistando 27,9% de participação de mercado na América Latina, enquanto o país amargou com apenas 13,9%. Confira:

2013: Brasil - 22,5% | China - 4,6%;
2022: Brasil - 19,4% | China - 21,2%;
2024: Brasil - 13,9% | China - 27,9%.

"As novas tecnologias vindas da China contribuíram para uma menor participação das exportações brasileiras para os países vizinhos e maior destaque para o gigante asiático. Porém, o que aconteceu neste momento de transição, enquanto ainda não produzimos carros de marcas chinesas por aqui, foi um prejuízo para as nossas exportações", explica.

Carros e comerciais leves

O segmento de comerciais leves, que engloba veículos como Fiat Strada, Ford Ranger e Mercedes-Benz Sprinter, alcançou o total de 54.086 unidades produzidas no acumulado do ano.

Ao somar carros e comerciais leves, o total produzido pelas fabricantes brasileiras chega ao montante de 259.954 nos primeiro bimestre de 2025. Este número é 10.818 maior que o do mesmo período do ano passado, o que representa um aumento de 4,3% na fabricação destes automóveis.

"Neste momento, o custo de financiamento está batendo recorde histórico. O que nós vivemos hoje é o período de taxa de juros e custo de financiamento para a pessoa física na história do setor automotivo", alertou Leite.

Importações

De tudo que vendemos no mercado brasileiro, 21,1% é de veículos importados. Deste total, 10,8% é de veículos produzidos dentro do Mercado Comum do Sul, enquanto 10,3% são de fora do Mercosul. De acordo com o presidente da Anfavea, a tendência é que o número de importados de fora da área do Mercosul aumente nos próximos anos, pois há forte tendência de alta.

“Dentro desse volume de emplacamentos, há de se destacar em forma de alerta a elevação contínua da participação de importados, que neste ano está acima de 21%. Desde 2012 não havia uma presença tão grande de modelos estrangeiros nas vendas, e boa parte dessa elevação se deve a veículos de fora do Mercosul, em especial os eletrificados chineses”, afirmou o Presidente Márcio de Lima Leite, reiterando a necessidade da aplicação imediata do Imposto de Importação de 35% para todos, independentemente de origem ou motorização. (Com g1)

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