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Economia

Cortar gastos depende da vontade dos Poderes, diz Isaac Sidney à CNN

Para principal representante do setor bancário no Brasil, não haverá queda do juro sem ajuste nas contas públicas

Conjuntura Online
14/10/25 às 08h01
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Presidente da Febraban, Isaac Sidney (Foto: Reprodução/CNN)

O presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney, defendeu em entrevista à CNN que a agenda de corte de gastos públicos no Brasil depende da vontade dos Três Poderes — e não somente do Poder Executivo.

“O atual governo enviou ao Congresso Nacional em 2023 uma proposta de ajuste fiscal e depois fez o reforço deste pacote, mas ainda não é o suficiente. Recentemente, tentou aprovar novas medidas, mas essa mudança não pode ser feita só pelo lado da receita, precisa ser feita também pelo lado das despesas. E isso depende da vontade política dos Três Poderes e não apenas do Executivo”, disse Isaac Sidney, da Febraban.

Para Isaac Sidney, a única saída para a redução dos juros no Brasil é a reestruturação das contas públicas do país. “Não há outro caminho. O Brasil só vai atingir níveis civilizados de juros, tanto básicos quanto bancários, quando tivermos uma política de finanças públicas que possa estabilizar o endividamento”, disse.

Hoje a taxa básica de juros do Brasil — a Selic — está parada em 15% ao ano, o maior patamar em duas décadas. Para o representante do setor bancário, os déficits recorrentes e a elevação da dívida pública explicam o cenário.

“O Banco Central parou de subir a Selic em boa hora e estamos acompanhando um processo de desinflação. Do outro lado, o Estado brasileiro, e não me refiro ao Executivo, mas a uma postura de país, precisa enfrentar o déficit público. Para isso precisamos ter uma reestruturação das finanças públicas, do orçamento”, disse.

Isaac Sidney explica um duplo efeito: primeiro, os financiadores da dívida brasileira passam a cobrar mais juro à medida em que têm dúvida sobre a capacidade do país de pagá-la; segundo, a política de gastos elevados acelera a demanda e gera inflação na economia, o que pressiona o BC para elevar as taxas.

“Por isso se fala da necessidade de ter harmonia entre a política fiscal e a política monetária. Teremos um cenário melhor se conseguirmos evoluir para controlar a dívida, os gastos obrigatórios. E não estou falando de programa ‘A’, ‘B’ ou ‘C’. O Brasil tem um orçamento muito engessado”, completou. (Com CNN - SP)

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