No Brasil de hoje, quem é amigo do rei não vai para o xilindró. Provas robustas? Delatores? Delações premiadas? Isso só vale para um lado da história — o outro, protegido sob a sombra de togas amigas, caminha livre, leve e solto até o Palácio do Planalto. Já o cidadão que ousa discordar do discurso oficial pode acabar atrás das grades, mesmo sem culpa formada.
Essa é, em resumo, a indignação do deputado federal Sanderson (PL-RS), que usou a tribuna da Câmara, esta semana, para acusar o Judiciário de agir com dois pesos e duas medidas.
Para ele, a anulação das condenações de Lula foi o ponto de virada — ou, nas palavras do próprio parlamentar, “a maior heresia jurídica da história recente do país”.
Sanderson sustenta que, mesmo com provas fartas de corrupção e lavagem de dinheiro, Lula foi absolvido por conveniência política.
“As provas não sumiram. O que sumiu foi a vergonha na cara de quem decidiu enterrá-las”, dispara. E enquanto o petista reassume o comando do país, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro amargam prisões preventivas, censuras e acusações sem amparo jurídico.
O deputado não economizou críticas aos ministros do STF, em especial Gilmar Mendes, citado como um dos principais articuladores do desmonte da Operação Lava Jato. Segundo Sanderson, o orgulho com que certos magistrados assumem essa façanha é um tapa na cara da população que foi às ruas pedir o fim da impunidade.
A fala de Sanderson representa um sentimento que cresce entre parlamentares de direita: o de que o sistema judicial deixou de buscar justiça para se transformar em ferramenta de retaliação ideológica. “Hoje, quem tem o pensamento ‘errado’ é perseguido. Isso é democracia?”, questiona o deputado.
Como resposta ao que considera uma perseguição escancarada, Sanderson defende a aprovação urgente de uma anistia para os chamados “presos políticos” — cidadãos conservadores que, segundo ele, foram punidos não por seus atos, mas por suas ideias.
“Se o Supremo falhou, cabe ao Congresso corrigir. Não é só um dever legal — é um compromisso com a verdade”, concluiu o parlamentar, engrossando o coro de quem acredita que o pau que dá em Chico, por aqui, passa longe de Francisco. (Com informações de Agências nacionais)