O Tribunal do Júri de Campo Grande absolveu na sexta-feira (24) Carlos Roberto Silva Strogueia, de 27 anos, acusado de matar Devanir Paltanin, de 46, em março de 2022, no bairro Vila Bordon.
Os jurados, segundo reportagem do G1, entenderam que o réu não teve responsabilidade penal pelo crime, acatando uma das teses apresentadas pela defesa.
Durante o julgamento, os advogados sustentaram duas versões possíveis: a de “legítima defesa por excesso exculpante”, quando a pessoa reage de forma desproporcional a uma ameaça, e a de “inexigibilidade de conduta diversa”, que ocorre quando não seria possível agir de outro modo diante das circunstâncias. A decisão do júri não especificou qual tese foi aceita, mas resultou na absolvição do réu.
O caso ganhou repercussão à época por causa da motivação do crime. Segundo a denúncia do Ministério Público, Carlos e Devanir haviam consumido drogas e mantido relação sexual, e a discussão começou quando o acusado encontrou documentos e medicamentos antirretrovirais entre os pertences da vítima, que convivia com HIV. Inconformado por não ter sido informado sobre a condição antes da relação, Carlos reagiu de forma violenta.
A perícia apontou que Devanir foi morto com golpes de faca e encontrado nu, enrolado em um cobertor, na sala da casa. A investigação indicou que o acusado tentou ocultar o corpo.
Após o crime, ele desapareceu por alguns dias e foi localizado após o pai procurar a polícia relatando que o filho havia chegado em casa com ferimentos e vestígios de sangue.
Durante o processo, a defesa alegou que o acusado agiu em desespero e sob forte abalo emocional, argumento que acabou sensibilizando o conselho de sentença.
Com a decisão, Carlos Roberto Silva Strogueia foi absolvido das acusações de homicídio qualificado e deixa o processo sem pena a cumprir.
