O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, entrou em uma prisão em Paris nesta terça-feira (21), no primeiro dia de uma sentença de cinco anos, marcando a primeira vez que um ex-líder francês da era moderna passa por um período preso.
Sarkozy foi levado ao complexo prisional na manhã desta terça-feira, acenando para apoiadores ao sair de casa.
O carro que o conduzia foi cercado por dezenas de motos e veículos da polícia, a caminho da Prisão de La Santé, no sul de Paris.
O ex-presidente foi condenado a cinco anos de prisão por conspiração criminosa no mês passado, por seu papel em um esquema para financiar sua campanha presidencial de 2007 com recursos da Líbia em troca de favores diplomáticos.
Sarkozy, que deixou o cargo em 2012, pretende recorrer, mas, enquanto isso, deverá ocupar uma cela em confinamento solitário ou na chamada “ala VIP” do complexo prisional de La Santé.
Essa ala geralmente é reservada para presos considerados inadequados para serem mantidos entre a população carcerária em geral, geralmente por temores por sua segurança.
Eles podem ser políticos, ex-policiais, membros de organizações de ultradireita ou pessoas ligadas a grupos terroristas islâmicos, informou a afiliada da CNN, BFMTV.
Em uma declaração publicada na rede social X, logo após o carro que o transportava partir para a prisão, Sarkozy enfatizou que é um “homem inocente”.
“Enquanto me preparo para entrar nos muros da prisão de La Santé, meus pensamentos estão com o povo francês de todas as classes sociais e opiniões”, disse ele.
“Quero dizer a eles, com minha força inabalável, que não é um ex-presidente da República que está preso esta manhã, é um homem inocente”, continuou.
O ex-líder disse que “continuará a denunciar este escândalo judicial”, mas acrescentou que “não é digno de pena, porque minha esposa e meus filhos estão ao meu lado, e meus amigos são incontáveis”.
Na manhã desta terça-feira (21), no entanto, Sarkozy disse sentir “uma profunda tristeza pela França, que se vê humilhada pela expressão de uma vingança que elevou o ódio a um nível sem precedentes”. (Com CNN)