O presidente regional do PSDB, Reinaldo Azambuja, considera cedo para afirmar a possibilidade de fusão entre seu partido e o PSD, como tem sido especulado pela imprensa nacional. Para ele, até o momento, tudo isso "não passa de perfumaria"
“Isso que estamos vendo e ouvindo pela imprensa e pelas mídias sociais é tudo ‘balão de ensaio’. Só vamos ter certeza de alguma coisa no fim deste ano ou no início de 2026, então, nessa altura do campeonato, é tudo perfumaria”, reforçou o ex-governador, em entrevista ao jornal Correio do Estado.
Pré-candidato ao Senado, o ex-governador argumentou que, agora, cada um fala uma coisa e que ele e o governador Eduardo Riedel (PSDB) só vão tomar alguma decisão sobre essa questão depois que o jogo político visando às eleições 2026 estiver definido.
“Por isso, tanto eu quanto o Eduardo vamos aguardar essas articulações políticas em nível nacional entre vários partidos, não apenas do PSDB, mas de inúmeras legendas que também estão em conversações”, assegurou o líder tucano.
Reinaldo reforçou que a hora da definição para o pleito de 2026 será só lá na frente, quando ficará mais claro quais partidos vão continuar existindo e como vão prosseguir.
“Aí sim, eu penso que nós definiremos se vamos ter de fazer alguma mudança de cadeira, quem vai para lá e quem vai ficar aqui. Agora, eu não sei ainda, e muito menos o Eduardo. Isso aí é muito prematuro ainda para decidir”, comentou, ainda segundo a publicação.
A possibilidade de fusão entre os dois grupos políticos é defendida pelo presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, que acredita que tudo será definido até meados de março.
Entendimento
Para Perillo, em função de um encolhimento do PSDB nas últimas eleições e da insatisfação mútua com a atual federação com o Cidadania, a fusão ou a incorporação com outras siglas é a única saída para a sobrevivência dos tucanos.
“Primeiro, estamos fazendo várias tratativas internas. Decidimos que agora em fevereiro vamos mergulhar nessa discussão e, paralelamente, vamos conversar com outros atores que querem se aliar com a gente. Em março, a gente deve anunciar uma solução”, disse Perillo.
As conversas estariam adiantadas com o PSD, mas uma federação está descartada com o partido de Gilberto Kassab, que atualmente é a sigla de maior capilaridade e com o maior número de prefeituras no Brasil. Outras opções estão na mesa, como o MDB, de onde nasceu o partido, em 1989, por meio de figuras como Fernando Henrique Cardoso e Franco Montoro.
O PSDB atualmente está federado com o Cidadania, com quem acumulou rusgas nas eleições municipais de 2024.
Um dos focos de atrito foi o Rio de Janeiro, onde os tucanos apoiaram Marcelo Queiroz (PP) e integrantes do Cidadania fizeram campanha para o prefeito reeleito, Eduardo Paes (PSD).
No caso de uma nova federação, Podemos e Solidariedade aparecem como alternativas.
Uma das condições colocadas pelos tucanos é o anúncio do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), como pré-candidato a presidente da República nas próximas eleições. Marconi Perillo, contudo, negou a informação, alegando que o assunto não foi tratado.
Nos bastidores, entende-se que o gaúcho aceitaria “entrar na fila”, sem rifar, por exemplo, uma eventual concorrência do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), outro cotado há alguns meses para a disputa.
A chance de candidatura do PSD vingar é objeto de controvérsia, uma vez que o partido faz parte da base aliada do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e também do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo.
Essa perspectiva está na mesa, ao se considerar uma fusão e não uma incorporação, mesmo tendo um tamanho bem menor atualmente. Ainda assim, a ideia é manter a identidade do PSD.
O PSDB também conta com 3 governadores, Eduardo Leite (RS), Raquel Lyra (PE) e Eduardo Riedel (MS), e 10 deputados federais.
Por outro lado, o PSD atraiu diversos quadros tucanos, sobretudo em São Paulo, em anos recentes.