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Política

Parlamentares denunciam calote da CCR MS Via no Ministério Público 

Mesmo sem cumprir o contrato, concessionária continua cobrando pedágios caros e causando prejuízos milionários a Mato Grosso do Sul.

Conjuntura Online
08/04/25 às 08h31
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Audiência pública na Câmara (Foto: Reprodução)

Mesmo deixando um rastro de promessas não cumpridas em Mato Grosso do Sul, a CCR MS Via continua deitando e rolando em cima dos usuários da BR-163, cobrando pedágios salgados enquanto entrega muito pouco do que prometeu.

Cansados de esperar, vereadores e deputados resolveram bater às portas do MPF (Ministério Público Federal) para denunciar o que classificam como um verdadeiro calote.

A ofensiva contra a concessionária foi discutida em audiência pública na segunda-feira (7), na Câmara Municipal de Campo Grande, realizada em parceria com a Assembleia Legislativa.

No encontro, ficou decidido que a denúncia será formalizada pela Comissão Temporária da Assembleia Legislativa criada para acompanhar o caso. O grupo vai pedir investigação, suspensão do novo leilão marcado para 22 de maio e medidas que possam frear a festa da CCR em cima do bolso do sul-mato-grossense.

Entre as vozes mais duras contra a empresa, o presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro (PP), relembrou que já havia pedido em audiência pública na Câmara dos Deputados a suspensão da cobrança dos pedágios. Segundo ele, é inadmissível que a CCR continue faturando alto sem cumprir o básico do contrato assinado há mais de uma década.

“É a população que sente na pele. Pagamos pedágio como se fosse uma estrada de primeiro mundo, mas rodamos por uma pista cheia de buracos e falta de duplicação”, disparou o vereador Epaminondas Neto, o Papy, que presidiu a audiência. Ele lembrou que a luta envolve não só a Capital, mas várias cidades do interior, e chamou a atenção para a falta de investimentos que aumentam o risco de acidentes.

Gente morrendo

Outro que engrossou o coro foi o vereador Professor Riverton, que alertou para o drama vivido no Jardim Noroeste e na Chácara dos Poderes, em Campo Grande. “Gente morrendo porque a sinalização é confusa, ruim. Sete mortes só naquela região! E a CCR e a ANTT empurrando o problema de um lado para o outro”, criticou, revoltado com o descaso.

Prefeitos e vereadores de Coxim, São Gabriel do Oeste, Camapuã e Jaraguari também estiveram presentes, reforçando a pressão contra a concessionária que, segundo eles, coleciona descasos há anos.

Prometeu, não cumpriu e segue cobrando

No início do debate, o deputado estadual Júnior Mochi escancarou a verdadeira dimensão do problema. Em 2014, quando assinou o contrato, a CCR prometeu duplicar 806 quilômetros da BR-163 em cinco anos. Passados 11 anos, só 150 km foram entregues — míseros 18% do prometido. E o pedágio? Segue firme e forte.

A desculpa da empresa é que a conta não fechou, mas Mochi jogou luz sobre números que desmontam esse discurso: a CCR MS Via já embolsou quase R$ 4 bilhões em empréstimos públicos e arrecadou outros R$ 3,6 bilhões só com pedágios até 2023. “E investiu R$ 1,9 bilhão no período. Cadê o resto?”, questionou o deputado.

Pior: o novo contrato que será leiloado pode prever ainda mais prejuízos para os usuários. No papel, a duplicação será de apenas 203 km e, no quarto ano da nova concessão, o pedágio poderá dobrar de preço, chegando a R$ 15,13. Ou seja, a população vai pagar ainda mais para rodar em uma estrada que continua longe do ideal.

Indignados, os parlamentares prometem não deixar barato e esperam que o MPF atue para proteger os direitos da população e impedir que a CCR siga lucrando com o sofrimento de quem depende da BR-163.

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