Campo Grande volta a ter cobrança por vagas nas ruas — e, desta vez, bem mais cara. A implantação do novo SER (Sistema de Estacionamento Rotativo), oficializada pelo Decreto Municipal nº 16.451 nesta segunda-feira (12), marca o retorno da tarifa após mais de três anos do fim do Flexpark, desativado em março de 2022, segundo reportagem do jornal Correio do Estado.
O que chama atenção, porém, não é apenas a retomada do serviço, mas o salto no valor cobrado: a hora de estacionamento praticamente dobra, passando de R$ 2,75 para R$ 5 — um preço que já rivaliza com estacionamentos privados do Centro.
Além do reajuste expressivo, o decreto regulamenta toda a operação do novo sistema, que prevê ampliação no número de vagas. Serão 3 mil vagas em até 12 meses, contra as 2.458 do extinto Flexpark.
A expansão continuará ano a ano até atingir 6.200 vagas no sexto ano de contrato — um crescimento que, para os motoristas, significa mais áreas pagas e menos opções gratuitas nas regiões mais movimentadas.
Primeiras áreas no quadrante central
A reativação do estacionamento pago começa pelo coração de Campo Grande, abrangendo vias como Afonso Pena, Mato Grosso, Calógeras, 14 de Julho, Rui Barbosa e Maracaju. O funcionamento segue o padrão tradicional:
segunda a sexta, das 8h às 18h;
sábado, das 8h às 13h;
fora desse período e nos feriados, o uso é livre.
O tempo mínimo será de 15 minutos e o máximo de 2 horas, sem prorrogação — limite que força o motorista a ser pontual, mesmo em áreas com filas, atrasos ou horário comercial mais intenso.
Vagas especiais também pagam
Pelo decreto, o SER reserva:
5% das vagas para idosos,
2% para pessoas com deficiência,
mas todas pagas normalmente. A única gratuidade fica para táxis e moto-táxis, que terão vagas exclusivas, além de espaços específicos para motocicletas.
Tecnologia e obrigação do usuário
A fiscalização será totalmente digital, com leitores automáticos de placas (OCR). As ativações terão de ser feitas via aplicativo ou pontos de venda. O motorista que não se adaptar ao sistema digital corre risco de autuação.
Custo alto, responsabilidade limitada
A nova tarifa, de R$ 5, coloca o estacionamento rotativo municipal no mesmo patamar de garagens particulares, que cobram entre R$ 5 e R$ 10 por hora no Centro — diferença que deve gerar críticas de quem esperava um serviço público mais acessível.
Ao mesmo tempo, o decreto deixa claro que a Prefeitura não se responsabiliza por furtos, danos ou acidentes nas áreas destinadas ao SER. Ou seja: o motorista paga mais caro, mas a garantia é nenhuma.
Repasses
Na divisão da arrecadação:
80% vão para a Agetran,
20% para a Agereg,
enquanto a concessionária administra a operação.
