Mato Grosso do Sul está em plena expansão da rede de saúde mental e deve alcançar uma marca inédita nos próximos anos. O número de CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), que era de 33 em 2022, já subiu para 40 em 2025 — incluindo a recente habilitação do CAPS de Amambai — e tem previsão de chegar a 56 unidades até 2029, cobrindo 69 municípios e cerca de 87% do território estadual.
O avanço faz parte do Plano de Ação Regional (PAR), aprovado na última reunião da CIB (Comissão Intergestores Bipartite).
A estratégia é apostar na regionalização: cidades menores, que não teriam estrutura para manter serviços de saúde mental sozinhas, passam a atuar em conjunto, recebendo apoio estadual e federal.
Segundo Carolina Andréa Palácios, gerente de Atenção Psicossocial da SES, o modelo vai dar cobertura inédita a 13 municípios de pequeno porte: “Com a regionalização, conseguimos ampliar o alcance dos serviços e garantir que todas as regiões do estado sejam contempladas”.
A superintendente de Atenção à Saúde, Angélica Cristina Segatto Congro, classifica o plano como um divisor de águas: “Ele descentraliza os atendimentos, fortalece a rede e leva cuidado a cidades que historicamente nunca tiveram acesso a esse tipo de estrutura”.
Serviços pactuados e articulação interinstitucional
A construção do plano envolveu a Superintendência de Atenção à Saúde, a Coordenação de Áreas Temáticas e Saúde Mental e a Gerência de Atenção Psicossocial, em parceria com gestores e técnicos municipais.
A promotora de Justiça Daniela Guiotti, do Núcleo da Saúde do MPMS, também atuou na articulação junto aos municípios, reforçando o compromisso intersetorial com a saúde mental.
Entre os serviços pactuados estão: 17 novos CAPS, 3 CAPS regionalizados, 2 novos SRT (Serviços Residenciais Terapêuticos) regionais, 2 SRT municipais e 1 UA-A (Unidade de Acolhimento Adulto) municipal.