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Com acordo fechado, ocupação do Incra chega ao fim em MS

Manifestação durou quase uma semana e incluiu bloqueios de rodovias; líderes exigem mais ações do governo federal e diálogo com ministros.

Conjuntura Online
02/05/25 às 08h05
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Invasores desocupam prédio do Incra (Foto: G1/Reprodução)

Depois de quase uma semana de mobilização, os movimentos sociais que reivindicam a reforma agrária deixaram, na quinta-feira (1º), a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e da Superintendência Federal do Desenvolvimento Agrário em Mato Grosso do Sul.

A desocupação ocorreu após a assinatura de um acordo com representantes do governo federal.

As manifestações começaram no sábado (26) e, além da ocupação de prédios públicos, também incluíram bloqueios de rodovias em diversos pontos do estado, impactando o tráfego e gerando tensão entre motoristas e manifestantes.

Segundo o Incra, os movimentos afirmam que as ações do governo federal até o momento são tímidas diante da realidade enfrentada por trabalhadores e trabalhadoras rurais sem terra.

Entre as principais reivindicações está a abertura de diálogo direto com ministros e representantes de alto escalão, com o objetivo de discutir políticas mais efetivas e céleres para a reforma agrária. Os manifestantes pedem, por exemplo, maior agilidade na destinação de terras improdutivas e na regularização de áreas ocupadas.

A mobilização reaqueceu um conflito antigo no estado, onde há anos se arrasta a disputa entre movimentos sociais ligados à luta pela terra e fazendeiros. Mato Grosso do Sul registra episódios recorrentes de tensão, confrontos e judicializações envolvendo áreas rurais ocupadas. De um lado, os sem-terra exigem o cumprimento da função social da terra e o assentamento de famílias que vivem em acampamentos precários. Do outro, produtores rurais alegam invasões ilegais e exigem segurança jurídica sobre suas propriedades.

O clima de animosidade entre os dois lados já levou a confrontos diretos em anos anteriores, inclusive com casos de violência, o que mantém o tema da reforma agrária no centro de debates locais e nacionais.

O acordo firmado nesta semana foi visto como um avanço momentâneo, mas a permanência da tensão deixa claro que o impasse está longe de ser resolvido.

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