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Brasileira teria morrido 20 minutos após queda em vulcão, diz legista 

Médico forense responsável pela autópsia afirma que não há sinais de hipotermia nem de longa sobrevida

Conjuntura Online
27/06/25 às 08h41
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Juliana Marins, brasileira que caiu durante trilha em vulcão na Indonésia (Foto: Reprodução)

O médico legista responsável pela autópsia da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, afirmou nesta sexta-feira (27) que não há qualquer evidência de que a jovem tenha agonizado por horas ou dias após cair no Monte Rinjani, na Indonésia.

A informação foi divulgada em entrevista coletiva no Hospital Bali Mandara, em Denpasar, onde o corpo foi examinado. Segundo ele, Juliana teria morrido em até 20 minutos após uma queda. No entanto, o exame não pôde apontar o horário exato da morte.

Juliana sofreu a primeira queda por volta das 6h (locais) no sábado, dia 21, ou seja, 19h (de Brasília) de sexta-feira, dia 20. Horas depois do acidente, com auxílio de um drone, turistas captaram imagens em que a jovem aparece com movimentos, como mexendo as mãos.

Na segunda-feira, autoridades da Indonésia detalharam como localizaram a turista, apontando que havia sido monitorada "com sucesso por um drone" e permanecia presa em um penhasco rochoso a uma profundidade de cerca de 500 metros, "visualmente imóvel".

A causa da morte foi um trauma torácico grave provocado por impacto de "violência contundente", o que teria provocado grande hemorragia interna e danos irreversíveis aos órgãos respiratórios.

— Trabalhamos com fatos. E os fatos indicam que a vítima não sobreviveu por muito tempo depois do trauma — disse o legista Dr. Ida Bagus Putu Alit, ao comentar as especulações levantadas nas redes sociais sobre o vídeo em que a jovem aparece se movimentando após a queda.

O médico explicou:

— Estimamos que, no máximo, 20 minutos depois do trauma, ela já não apresentava mais sinais vitais. Não há sinais de hipotermia ou sofrimento prolongado após a lesão. A causa direta da morte foi o impacto e a quantidade de sangue acumulado dentro da cavidade torácica.

O corpo de Juliana Marins chegou ao Hospital Bali Mandara, na ilha de Bali, por volta das 11h35 (horário de Brasília) da última quinta-feira, onde foi submetido a autópsia. O translado foi feito por ambulância a partir do Hospital Bhayangkara, localizado na mesma província do Monte Rinjani, uma vez que a região não dispõe de especialistas forenses habilitados para conduzir o exame. O procedimento foi realizado ainda na noite de quinta-feira.

— Observamos, por exemplo, um ferimento na cabeça, mas sem sinais de hérnia cerebral — uma condição que costuma se desenvolver após várias horas ou dias do trauma. O mesmo se aplica ao tórax e ao abdômen: houve sangramento intenso, mas nenhum sinal de retração nos órgãos que indicasse hemorragia lenta. Esses elementos reforçam que a morte aconteceu logo após os ferimentos — explicou o especialista.

O laudo médico aponta que Juliana sofreu um forte impacto nas costas, o que causou danos graves na região torácica e provocou um sangramento volumoso dentro da cavidade torácica. As lesões foram identificadas principalmente na parte posterior do tórax, afetando órgãos essenciais para a respiração.

— Foi uma morte causada por violência contundente. O trauma gerou uma hemorragia significativa que levou à morte em um curto intervalo de tempo — explicou Alit. O legista ressaltou que não foram identificadas marcas ou sinais compatíveis com hipotermia, o que exclui a possibilidade de que ela tenha morrido devido à exposição ao frio.

Juliana estava vestindo apenas calça jeans, camiseta, luvas e tênis no momento do acidente, roupas leves, consideradas inadequadas para as temperaturas abaixo de 10 °C em altitudes superiores a 2.600 metros. No entanto, os médicos afirmaram que não havia necrose, escurecimento ou danos típicos de hipotermia nas extremidades do corpo, como dedos das mãos ou dos pés.

— Se tivesse morrido de hipotermia, veríamos sinais claros nas partes periféricas do corpo. Não havia. A causa direta foi o impacto — reforçou o especialista.

Com o laudo médico finalizado, o corpo de Juliana será liberado para repatriação com o apoio da Embaixada do Brasil na Indonésia. A família da jovem, natural de Niterói, ainda não divulgou data para o velório ou sepultamento. (Com O Globo)

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