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Após racha no PCC, chefes da facção brigam e acusam Marcola de delação

Os presos acusam o chefe da organização criminosa de delatar assassinatos de funcionários penais federais no PR

Conjuntura Online
14/07/25 às 10h15
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Marcola sob poder das autoridades (Foto: Reprodução)

A organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) estaria sofrendo um racha após a cúpula da facção acusar um dos supostos chefes de “caguetagem”, como chamam a delação, considerada o maior crime pelos integrantes. As informações são do Fantástico, da TV Globo.

Segundo a reportagem, Abel Pacheco, conhecido como "Vida Loka", um criminoso com longo histórico no PCC, acusa Marcos Willians Camacho, o Marcola, que é número um da facção, de ter entregado Roberto Soriano, o "Tiriça".

Vida Loka e Tiriça reagiram após ouvir uma gravação de uma conversa entre Marcola e o chefe da segurança do Presídio Federal de Porto Velho, em 2022. Na gravação, Marcola dá a entender que Tiriça seria o responsável pelas mortes de funcionários penais federais. 

O confronto foi exposto em junho deste ano, durante o júri de Roberto “Tiriça” Soriano, que foi julgado pela morte do policial penal federal Alex Belarmino. Foi este assassinato que, segundo as acusações do PCC, teria sido delatado por Marcola.

O policial morreu em 2 de setembro de 2016, quando estava indo trabalhar na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. Nove meses depois, em maio de 2017, a psicóloga Melissa de Almeida Araújo também foi morta.

Os executores do policial confessaram ter recebido ordens de líderes do PCC para matar servidores penais federais aleatoriamente, e foram presos.

O então líder do PCC no Paraná, Claudemir Guabiraba, assumiu ter ordenado os crimes dentro de um presídio estadual. Roberto Soriano, o “Tiriça”, é acusado pelo Ministério Público Federal de ser o mandante de ambas as execuções. Ele nega o envolvimento.

As declarações de Marcola, considerado o “01” do PCC, causaram revolta. Ao próprio advogado, ele afirmou ter ajudado a controlar uma rebelião no Complexo Penitenciário de Taubaté em 2001, e disse ser tratado como “filho” por um diretor, para quem ele “administrava a penitenciária”. Para Vida Loka, as afirmações são um “tapa na cara do crime”, pois “bandido é bandido” e “polícia é polícia”, segundo mostrou o Fantástico.

A Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo não quis comentar as alegações de Marcola.

Marcola inicialmente afirmou que o áudio era falso, ou então que suas palavras foram tiradas de contexto. No entanto, um exame técnico da gravação confirma sua veracidade, e que ela não foi manipulada. Diante da verdade, Vida Loka decretou: "Nós excluímos Marcola do mundo do crime".

A exclusão, no entanto, não foi unânime. Enquanto a cúpula afirmou ter sido “decretada”, o que significa ser jurado de morte, por não aceitar a manipulação, a maioria dos membros do PCC ficou ao lado de Marcola. A calúnia também é considerada um crime dentro da facção. Soriano, que já foi considerado um dos maiores assaltantes do Brasil, declarou no júri: "Eu não sou inimigo do PCC. Eu sou inimigo do Marcola", e afirmou ter decidido sair da facção.

No oitavo dia de julgamento pela morte de Alex Belarmino, Roberto Soriano foi condenado a 23 anos e 5 meses de prisão. A defesa dele alega que irá recorrer e que não há provas de que ele mandou matar os policiais penais federais. Também é argumentado que as delações premiadas foram "construídas" para mencionar seu nome.

A Secretaria Nacional de Políticas Penais afirma que "todos os presos sob sua custódia têm os direitos assegurados e que toda denúncia relacionada aos procedimentos é apurada com seriedade e rigor”. (Com Portal Terra)

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