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Economia

"Não" da Itália complica assinatura do acordo Mercosul-UE este ano

França e Polônia já sinalizam oposição ao acordo e somados à Itália têm força suficiente para barrá-lo no Conselho Europeu

Conjuntura Online
17/12/25 às 13h33
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Itália pode ajudar a barrar Mercosul-UE (Foto: ARTE CNN)

O “não” da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, ao acordo entre Mercosul e União Europeia deve complicar a assinatura do tratado — que estava prevista para acontecer no próximo sábado (20) na Cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu, no Paraná.

Acontece que França e Polônia já sinalizam oposição ao acordo e somados à Itália têm força suficiente para barrá-lo. Os três países somam mais 35% da população da União Europeia, patamar suficiente para impedir a aprovação do tratado no Conselho Europeu, que reúne os chefes de Estado do bloco.

Ao parlamento italiano, Meloni disse nesta quarta-feira (17) que seria "prematuro" para a União Europeia assinar um acordo comercial com o Mercosul. A mandatária defendeu que o tratado precisa de garantias adequadas de reciprocidade para o setor agrícola do velho continente.

Havia expectativa de que a aprovação de salvaguardas pelo Parlamento Europeu, que, na prática, trouxeram mais proteção ao agro da UE, pudesse ajudar a destravar a aprovação no Conselho. A mensagem de Meloni “joga água no chopp”.

As negociações seguem em Bruxelas e países favoráveis ao acordo como a Alemanha e a Espanha ainda pressionam pela aprovação. A tendência, no entanto, é de que a Dinamarca, hoje presidente da UE, não paute a votação caso a posição da Itália contrária ao tratado se consolide.

A primeira-ministra italiana não indica que será oposição à assinatura do acordo num futuro próximo, mas quer mais tempo para debater proteção ao agro, o que frustra a expectativa de assinatura no Paraná.

Entenda o impasse

O Conselho Europeu previa votar o acordo até quinta-feira (18), segundo autoridades da Dinamarca. Para a aprovação, é necessário o apoio de 55% dos países (15 dos 27), representando ao menos 65% da população do continente.

A aprovação daria o mandato para que a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, viajasse a Foz do Iguaçu para assinar o acordo.

Na terça, o Parlamento Europeu aprovou o projeto de regulamento que estabelece como a UE poderia suspender temporariamente as preferências tarifárias na importação de determinados produtos agrícolas considerados sensíveis (como aves ou carne bovina) do Mercosul, caso essas importações sejam consideradas prejudiciais aos produtores da UE.

Quando as importações de produtos agrícolas sensíveis aumentarem em média 5% ao longo de um período de três anos, o bloco poderá iniciar uma investigação sobre a necessidade de medidas de proteção. A Comissão Europeia havia proposto 10% ao ano originalmente. (Com CNN - SP)

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