As projeções para a inflação brasileira em 2025 voltaram a ser reduzidas, se aproximando do teto da meta, segundo investidores consultados pelo BC (Banco Central).
Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (27), a expectativa do mercado para a alta do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é agora de 4,56% em 2025. Já para 2026, a estimativa foi reduzida para 4,20%.
O centro da meta oficial para a inflação é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Casas de investimento no Brasil também já confirmam a previsão de que a inflação brasileira deve ficar dentro da meta ainda em 2025.
A Warren Investimentos prevê que a inflação brasileira fique dentro da meta oficial em 2025, com estimativa é que o IPCA cresça 4,3% neste ano.
Em setembro, a inflação no país voltou a subir, com aceleração da taxa em 12 meses para 4,94%, embora os resultados tenham ficado levemente abaixo do esperado.
Segundo Daniel Teles, especialista e sócio da Valor Investimentos, a expectativa é que o IPCA continue a cair, com chances de ficar abaixo da projeção atual para o ano, sobretudo com impacto dos combustíveis após o recente reajuste para baixo no preço da gasolina.
Projeção do IPCA para 2026
Referente ao próximo ano, Teles explica que ainda há incertezas, devido ao ano eleitoral, possíveis aumentos de gastos governamentais e subsídios a combustíveis.
"Acho que tem muita coisa ainda para poder acontecer, principalmente ano eleitoral, ano eleitoral os gastos do governo podem aumentar, algum pacote de distribuição de renda", explica.
Segundo o boletim Focus, a projeção de crescimento do IPCA para 2026 é de 4,20%.
Mudanças na metodologia
O cálculo que define se BC cumpriu ou não a meta de inflação mudou em 2025. A partir deste ano, a autoridade monetária perseguirá uma meta contínua, e não mais a variação anual do IPCA observada no dia 31 de dezembro de cada ano.
Com a alteração, o BC só descumprirá a meta se o acumulado de 12 meses ficar fora do intervalo proposto ao longo de seis meses consecutivos.
Em julho, o presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, divulgou a primeira carta sob a nova metodologia, após a inflação ter estourado o teto, com avanço de 5,35% em junho. (Com CNN - SP)
