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Segóvia diz que Temer 'continuará a ser investigado, sem nenhum problema'

Delegado assumiu oficialmente o comando da Polícia Federal e defendeu o direito de a corporação fechar delações premiadas.

20/11/2017 - 16h03

G1

Delegado Segóvia cumprimenta Temer (Foto: G1)

O novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, disse nesta segunda-feira (20), que o presidente “continuará a ser investigado, sem nenhum problema”.


Segóvia comentou as investigações sobre o presidente Michel Temer a cargo da PF. Explicou que os inquéritos que levaram a PGR a denunciar o presidente por corrupção, organização criminosa e obstrução à Justiça já estão concluídos.


“Na questão do presidente Michel Temer, ele sofreu já duas investigações, dois inquéritos abertos pelo Supremo Tribunal Federal, os quais foram concluídos pela antiga gestão da Polícia Federal. O relatório foi encaminhado pelo dr. Janot e na época o ex-procurador-geral da República ofereceu denúncia contra o presidente da República, as quais hoje se encontra suspensas por decisão Congresso. Então, nós não temos mais hoje nada a executar dentro dessas investigações, porque em tese já teriam sido concluídas”, disse.


A respeito de uma terceira investigação sobre Temer, relacionada a decreto na área de portos que teria beneficiado a concessionária Rodrimar, Segóvia disse que “terá toda a celeridade como todos os outros inquéritos no Supremo Tribunal Federal”.


Delações premiadas


Segóvia defendeu o direito de a corporação fechar delações premiadas – o que contraria o Ministério Público.


Em entrevista à imprensa após assumir oficialmente o cargo, ele disse que vai tentar criar uma metodologia com a Procuradoria Geral da República nas investigações, especialmente com a criação de forças-tarefas.


"Já está na lei que a Polícia Federal tem a atribuição de fazer as delações premiadas, que nada mais é que meio de investigação. Como ferramenta de investigação ela tem que fazer parte das atribuições da Polícia Federal e nós não vamos desistir dessa atribuição”, afirmou Segóvia.


Contestado pela PGR numa ação no STF (Supremo Tribunal Federal), o poder da PF de negociar e fechar acordos de delação premiada foi defendido por Segóvia. Ele disse que vai conversar com ministros da Corte para convencê-los a manter essa regra.


“A Direção Geral não vai mudar o foco na questão das delações premiadas feitas pela Polícia Federal. E devemos voltar a fazer visitas ao ministros do Supremo Tribunal Federal para explicar os motivos que a lei já expõe”, afirmou.


'Carta branca'

Fernando Segóvia disse que recebeu “carta branca” do presidente Michel Temer para comandar a corporação, mas que a atuação será “republicana”, sem posicionamento político.


“Quando eu estava conversando com o presidente Michel Temer, estávamos conversando sobre a minha visão sobre a PF e minha estratégia, discutindo essa questão dos meios que a polícia deve utilizar. Ele disse que eu tenho carta branca e devia fazer da Polícia Federal uma polícia republicana”, disse o Segóvia.


Para o delegado, a polícia republicana deve respeitar a Constituição, as leis e os princípio de investigação.

“Quando buscamos a verdade real dos fatos não podemos ter preconceito. quando se recebe uma denúncia de qualquer tipo, a gente deve estabelecer uma linha de investigação para saber se há esse desvio de recurso ou se há uma denúncia caluniosa. A Polícia Federal não pode tomar nenhum posicionamento político-partidário”, afirmou.


Parceria com PGR

Quanto à parceria com a PGR nas investigações, Segóvia disse que já conversou com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para planejar um “trabalho conjunto”. Ele cogitou a possibilidade de montar forças-tarefas, como já foi criada no Rio de Janeiro, mas a nível federal.


“Com isso a gente pretende estabelecer juntos, eu e dra. Raquel Dodge, uma metodologia de trabalho entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. É lógico que isso vai se irradiar para todo o Brasil e haverá essa parceria e acredito muito que a dra. Raquel Dodge quer que a gente trabalhe em conjunto”, disse.


Segóvia afirmou que este é "um novo momento" para as duas corporações - Polícia Federal e Ministério Público - e que há consenso entre a atuação dele e da procuradora geral da República, Raquel Dodge.

Delegado Segóvia cumprimenta Temer (Foto: G1)
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