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Políticos de MS são lembrados mais uma vez em delação premiada em Brasília

Ivanildo Miranda, ex-operador das campanhas no Estado, teria intermediado operação para agilizar empréstimo milionário de frigorífico com a Caixa.

17/10/2017 - 08h03

Campo Grande

O doleiro Lúcio Funaro (Foto: G1)

Uma nova delação é o principal assunto na política brasileira e Mato Grosso do Sul tem lugar de destaque. Nela, o doleiro Lúcio Funaro cita um agropecuarista do estado como a pessoa que recebia e distribuía a propina. Ivanildo da Cunha Miranda, ex-operador das campanhas de André Puccinelli e de Reinaldo Azambuja, teria intermediado uma operação para agilizar um empréstimo milionário de um frigorífico com a Caixa Econômica Federal, segundo reportagem assinada pelo jornalista Rodrigo Grando, da TV Morena. 


Em mais de 13 horas de depoimento à PGR (Procuradoria-Geral da República), o doleiro Lúcio Funaro relatou vários casos de corrupção. Um deles envolve o empresário Ivanildo da Cunha Miranda, que tem negócios em Mato Grosso do Sul. Em 2012, uma operação na Caixa Econômica Federal liberou R$ 350 milhões para a empresa Marfrig, que pertence ao empresário Marcos Molina. De acordo com Funaro, 3%, equivalentes a R$ 10,5 milhões, foram pagos como propina para várias pessoas.


“Quem recebeu propina nessa operação? Eu, o Geddel, o Eduardo Cunha e a pessoa que me apresentou ao Marcos Molina, que chama Ivanildo Miranda. - 'Daonde' é esse cara? - Do Mato Grosso do Sul. - Quem é ele? - Quem me apresentou ele foi o Joesley. ”


Nesta operação, Ivanildo teria ficado com R$ 1,5 milhão. “- E o senhor pagou pro Ivanildo? - Paguei um milhão e meio de reais pra ele. O Marcos Molina pagou direto pra ele. - O Marcos Molina pagou direto pra ele? - Mandei descontar da minha conta. - Quanto que ele pagou? - Um milhão e meio. - E como é que ficou decidida essa propina com o Marcos Molina? - Eu sentei e acertei com ele. ”


Essa não é a primeira vez que o empresário Ivanildo da Cunha Miranda é citado. De acordo com a Polícia Federal (PF), ele foi alvo de buscas na quarta fase da operação Lama Asfáltica, que apura desvio de recursos públicos do governo do estado entre 2011 e 2014, quando André Puccinelli era governador. No depoimento à Procuradoria-Geral da República, Lúcio Funaro também disse que Ivanildo era o operador de crédito para Joesley Batista em Mato Grosso do Sul.


Na delação feita em maio de 2017, Joesley Batista disse que Ivanildo recebeu R$ 5 milhões da JBS em um esquema de emissão de notas fiscais frias. O esquema teria beneficiado outras pessoas de Mato Grosso do Sul, entre empresários e políticos.


Além do escritório, Ivanildo tem várias empresas em Mato Grosso do Sul. Ele é dono de uma distribuidora de bebidas em Corumbá.


OUTRO LADO


Por telefone, o advogado de Ivanildo, Newley Amarilha, disse que vai se manifestar quando tomar conhecimento oficial do que disse Lúcio Funaro na delação.


A TV Morena tentou falar com Ivanildo da Cunha Miranda por meio de dois números de celulares, mas a ligação caiu na caixa postal. No escritório de Ivanildo, em Campo Grande, o funcionário disse que o empresário não estava no local.


Por meio de nota, a Marfrig informou que o assunto tratado na delação é uma questão antiga, já investigada e esclarecida pela empresa às autoridades.


 O empréstimo tomado em 2012 foi feito sob condições e taxas de mercado e os valores foram pagos integralmente pela empresa. Os únicos honorários repassados à Vizcaya Holding ou qualquer outra empresa ligada a Funaro totalizaram R$ 617 mil, valor auditado e informado às autoridades competentes.

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