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Maia encerra votação do socorro a estados após rejeição de contrapartida

Governo não conseguiu votos para manter trecho sobre elevação de alíquota de contribuição por servidores para Regime Próprio de Previdência Social

25/04/2017 - 21h44

G1

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) (Foto: Divulgação )

A Câmara dos Deputados apreciou nesta terça-feira (25) parte das emendas ao projeto de lei que prevê a recuperação fiscal dos estados em crise financeira, mas não concluiu a votação.


Uma das mudanças aprovadas pelos deputados nesta terça retirou do texto a contrapartida que trata sobre a elevação de alíquota de contribuição pelos servidores para o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).


Logo após os deputados retirarem o trecho, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encerrou a sessão.


Ao deixar o plenário, Maia negou que a retirada da contrapartida tenha sido uma derrota do governo.

Para que o texto tivesse sido mantido, eram necessários pelo menos 257 votos favoráveis, mas a base aliada reuniu apenas 241 votos. Houve ainda 185 votos contrários e 3 abstenções.


"Não tem nada a ver. [...] Perdi para o quórum. [Havia] 430 [no plenário] e [havia] 460 na Casa. São 30 votos", disse.


Texto-base

O texto-base já havia sido aprovado na semana passada, mas os deputados ainda precisam analisar outros seis destaques, que pedem alterações no texto.


Enviado pelo presidente Michel Temer neste ano, o projeto suspende o pagamento das dívidas estaduais com a União por três anos (prorrogáveis por mais três), desde que sejam adotadas medidas de ajuste fiscal, as contrapartidas (entenda mais abaixo).


Entenda o projeto

Poderão aderir ao regime de recuperação fiscal aqueles estados que comprovarem estar em crise nas contas. A expectativa é que o programa possa atender ao Rio de Janeiro, ao Rio Grande do Sul e a Minas Gerais.


Para ter acesso ao benefício, os estados serão obrigados a cumprir uma série de contrapartidas de ajuste fiscal, como a suspensão de concursos públicos e a proibição de reajustes salariais de servidores.

Para atender às exigências, os estados precisarão, antes, aprovar leis em nas respectivas Assembleias Legislativas. O Rio de Janeiro, por exemplo, já aprovou tomou algumas medidas, como a que autoriza a privatização da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos).


Partidos de oposição são contrários ao texto e criticam a possibilidade de os estados poderem privatizar empresas públicas de qualquer área.


Ponto a ponto

Pelo texto apresentado pelo relator, deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ), para ter direito de participar do programa, o estado deverá, entre outros pontos:


Autorizar a privatização de empresas estatais de qualquer setor, desde que com aval do Ministério da Fazenda;Reduzir incentivos ou benefícios tributários em, no mínimo, 10% ao ano;Rever o regime jurídico dos servidores estaduais para suprimir benefícios ou vantagens não previstos no regime jurídico único dos servidores da União; o estado que já dispuser de uma Lei de Responsabilidade Fiscal estadual não precisará atender a essa contrapartida;Autorizar a realização de leilões de pagamento, nos quais será adotado o critério de julgamento por maior desconto, para dar prioridade na quitação de débitos.

O texto previa que os estados elevassem a alíquota de contribuição previdenciária dos servidores para, no mínimo, 14% e, se necessário, instituir alíquota previdenciária extraordinária e temporária. No entanto, essa contrapartida acabou retirada pelos deputados nesta terça.


Durante a validade do regime de recuperação, o projeto ainda estabelece que os estados ficarão proibidos de:


Conceder vantagem, aumento, reajuste ou adequação de salários a servidores;Criar cargos ou funções que impliquem em aumento de despesa;Alterar a estrutura de carreira que gere aumento de gastos;Contratar pessoal, exceto as reposições de cargos de chefia e de direção que não gerem aumento de despesa e as decorrentes de vacância de cargo efetivo ou vitalício;Realizar concurso público, ressalvadas as hipóteses de reposição de cargos vagos;Criar ou aumentar auxílios, vantagens, bônus, abonos ou benefícios de qualquer natureza;Criar despesa obrigatória de caráter continuado;Conceder ou ampliar incentivo ou benefício de natureza tributária do qual decorra renúncia de receita.

Requisitos

Poderão participar do programa somente os estados que comprovarem a situação fiscal delicada. Três requisitos serão considerados para essa avaliação:


Receita corrente líquida anual (receita após as transferências devidas aos municípios) menor que a dívida consolidada;Despesas com pessoal, com juros e com amortizações, equivalentes a pelo menos 70% da receita corrente líquida;Valor total de obrigações financeiras contraídas maior que as disponibilidades de caixa.
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