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Em seu relatório, Marun pode pedir a prisão do ex-procurador Marcelo Miller

Deputado assumirá esta semana a Secretaria de Governo, responsável pela articulação política do presidente Michel Temer (PMDB-SP)

12/12/2017 - 05h44

De Brasília 

Deputado Carlos Marun (PMDB-MS) (Foto: Divulgação )

O vice-líder do PMDB, deputado Carlos Marun, disse que trabalha na finalização do relatório da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito da JBS, da qual é relator, antes de assumir a Secretaria de Governo, na quinta-feira (14). 


O deputado disse que apresentará hoje (12) o documento com os resultados de sua análise. Marun espera que a votação possa ser iniciada ainda nesta terça-feira, caso não haja pedido de vista, e possa ser finalizada até quinta-feira (14).


Marun disse que ainda não decidiu se vai pedir em seu relatório a prisão do ex-procurador Marcelo Miller, apontado nas investigações como o responsável pelas articulações para fechar acordo de delação premiada entre os empresários da JBS e a Procuradoria-Geral da República.


Sobre os termos do acordo de delação premiada, Marun sinalizou que deve pedir a nulidade dos benefícios recebidos pelos empresários e das provas obtidas de forma ilícita. E adiantou que pode pedir o indiciamento do ex-Procurador Geral da República Rodrigo Janot, e de seu então chefe de gabinete Eduardo Pelela.


“O procurador Janot declarou peremptoriamente que as negociações entre os delatores e a antiga cúpula da PGR só aconteceu em 27 de março, quando hoje está comprovado que essas conversas ocorriam há cerca de 40 dias na sala ao lado da sua. Eu, sinceramente, tenho muita dificuldade em acreditar que o procurador Janot não soubesse disso. Até porque, se isso aconteceu, é uma traição das maiores do mundo. (….) Eu entendo que aí há uma ilicitude muito grave que pode resultar sim num pedido de indiciamento do Janot e no caso do Pelela, que a princípio era ou seu representante ou aquele que o traía ao não lhe dando informações”, disse Marun.


O deputado, que se transformou num dos principais defensores de Temer contra as denúncias apresentadas pelo Ministério Público, ambas arquivadas na Câmara, disse que ainda estuda como enquadraria Janot e Pellela, mas demonstrou estar seguro de que há elementos para criminalizá-los.


“Qual é a tipificação penal ainda estamos verificando. Mas sem dúvida é uma conduta ilícita como essa, que seria ou orientar e não saber. Ou o Pellela não avisá-lo. Veja bem, eu ainda tenho essa tarde, estou reunido com aqueles que estão me assessorando nessa questão, mas tem um ditado lá no Rio Grande do Sul que diz: pra bom entendedor, meia palavra basta”, afirmou.


Com relação ao ex-procurador Marcelo Miller, Marun disse que ainda não sabe se fará um pedido de prisão. Ele defendeu que as provas obtidas e entregues de forma lícita pelos executivos da JBS contra o presidente Michel Temer e outros integrantes do governo sejam aproveitadas, mas tudo o que foi obtido de forma ilegal seja descartado do caso.


Marun pretende apresentar seu relatório final até amanhã. Em havendo pedido de vista, o plano do deputado é encerrar os trabalhos da comissão até a manhã da quinta-feira. Nesse mesmo dia à tarde ele tomará posse como ministro da Secretaria de Governo, responsável pela articulação política de Temer, no Palácio do Planalto.

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