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Depoimento de doleiro complica mais ainda situação de Michel Temer

Doleiro Lúcio Funaro declarou à Polícia Federal que o presidente Michel Temer sabia do pagamento de propinas na Petrobras.

20/06/2017 - 22h49

De Brasília 

Doleiro Lúcio Funaro diz que Temer sabia de propinas na Petrobras (Foto: G1)

O doleiro Lúcio Funaro declarou à Polícia Federal que o presidente Michel Temer sabia do pagamento de propinas na Petrobras. Funaro também disse que Temer orientou a distribuição de dinheiro desviado da Caixa Econômica Federal.


Procurado, o Palácio do Planalto afirmou que Temer nunca deu nenhuma orientação sobre distribuição de dinheiro e não tinha relações com Funaro.


Ao prestar depoimento, Funaro deixou claro a "inteira disposição para celebrar um acordo de colaboração" e deu uma prévia do que pode revelar caso faça mesmo delação premiada.


Funaro disse que foi ele quem apresentou o empresário Joesley Batista ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, que na época era vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal.


Segundo Funaro, o grupo J&F tinha interesse em obter linhas de creditos junto à Caixa. Ele próprio ajudava nessas operações.


De acordo com o depoimento de Funaro, de todas as operações feitas com o grupo J&F, Geddel recebeu ou receberia comissões pagas por ele. Funaro disse que estima ter pago a Geddel aproximadamente R$ 20 milhões em espécie, a titulo de comissão, decorrentes das operações de crédito que teria viabilizado junto à Caixa.


Mas Funaro operava junto a uma outra Vice-presidência da Caixa, sob influência do PMDB da Câmara: a Vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias, que na época era comandada por Fábio Cleto, hoje delator da Lava Jato.


Funaro disse que na gestão de Fábio Cleto foram feitas operações no fundo de investimentos do FGTS para as empresas BR Vias e LLX, que geraram comissões expressivas, de cerca de R$ 20 milhões, do qual se beneficiaram principalmente a campanha de Gabriel Chalita, do PMDB, para prefeito de São Paulo no ano de 2012, e a campanha à Presidência da República no ano de 2014. Segundo Funaro, ambas foram por orientação ou pedido do presidente Michel Temer.


Funaro disse que Henrique Eduardo Alves, ex-ministro de Temer, e Moreira Franco, atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, também foram beneficiados com recursos obtidos por meio de operações feitas junto ao fundo de investimentos do FGTS.


Funaro contou que trabalhou na arrecadação de dinheiro para as campanhas do PMDB em 2010, 2012 e 2014. Ele estima que tenha conseguido cerca de R$ 100 milhões para o PMDB e aliados durante essas campanhas.


Funaro também afirmou que o presidente Michel Temer tinha conhecimento a respeito da propina paga em contrato da Petrobras com a Odebrecht.


O doleiro afirmou que durante a tramitação da medida provisória que beneficiava o setor de portos, aprovada em 2013, teve intensa intervenção de Eduardo Cunha e de Michel Temer para defender interesses de grupos privados aliados dos dois.


Funaro disse que não tinha relacionamento próximo com o presidente Michel Temer.


Segundo o doleiro, quem fazia a interface com ele eram Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima, mas se recorda de ter estado com o presidente Michel Temer em três oportunidades, uma delas na base aérea em São Paulo, juntamente com Cunha.

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