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Delator admite que recebia R$ 10 mil por mês para auxiliar conselheiro do Carf

Ex-auditor Paulo Roberto Cortez é o primeiro delator da Operação Zelotes 

11/08/2017 - 10h50

G1

Delator admite que recebia R$ 10 mil por mês para auxiliar conselheiro do Carf (Foto: Divulgação )

O Bom Dia Brasil teve acesso com exclusividade à primeira delação da Operação Zelotes, que, entre outros pontos pontos, investiga o esquema de corrupção que atuava no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). 


O depoimento do ex-auditor da Receita Federal Paulo Roberto Cortez mostra que votos eram encomendados por empresas que deviam milhões ao Fisco e funcionários do Carf tinham despesas pagas por conselheiros em troca de informações que não eram públicas.


Paulo Roberto Cortez é um ex-auditor da Receita Federal. Ou seja, representava o lado que cobra, fiscaliza e multa empresas e pessoas fisicas. Ele foi conselheiro do Carf até 2007.


O Carf é justamente o tribunal administrativo onde as empresas recorrem dessas multas da receita. Trata-se do conselho administrativo de recursos fiscais, ligado ao Ministério da Fazenda – onde as empresas, se conseguirem ter seus recursos aprovados, podem ter multas reduzidas ou até anuladas.


Paulo Roberto Cortez se tornou o primeiro delator da Zelotes a confirmar o que a operação investiga desde 2015: conselheiros do Carf recebiam propina para dar votos favoráveis às empresas. O resultado era uma economia milionária para os grupos empresariais e uma perda de arrecadação para a Receita.


A TV Globo teve acesso com exclusividade a depoimentos da delação de Paulo Roberto Cortez. Ele contou como um conselheiro sem conhecimento técnico conseguiu decisão favorável ao Bank of Boston. O então conselheiro é José Ricardo da Silva, que era ao mesmo tempo conselheiro do Carf e dono de uma consultoria que atuava em casos do conselho.


O delator recebia R$ 10 mil por mês em dinheiro vivo para fazer o trabalho que José Ricardo, segundo ele, não sabia fazer.


"Na área de Imposto de Renda, ele [José Ricardo Silva] não tinha muito conhecimento, tampouco em contabilidade. Então, antes de cada sessão, quando eu trabalhava com ele, eu fazia as devidas explicações, repassava para ele o material e fazia as explicações de cada matéria a ser tratada em cada julgamento", relatou Cortez aos investigadores da Zelotes.

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