A defesa do presidente Michel Temer enviou um documento nesta terça-feira (12) ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luis Roberto Barroso no qual afirma que as acusações contra Temer estão "contaminadas por inverdades e distorções maliciosas". O documento foi divulgado pela assessoria do Palácio do Planalto.
Mais cedo, nesta terça, Barroso determinou a abertura de inquérito para investigar Temer por suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na edição de um decreto sobre portos.
Segundo o ministro do Supremo, existe razoabilidade em a Procuradoria Geral da República considerar elementos suficientes para a instauração de inquérito.
Barroso disse, ainda, que as provas colhidas mostram que o ex-deputado e ex-assessor de Temer Rodrigo Rocha Loures menciona intermediários de repasses ilícitos para o presidente em troca de favorecimento da empresa Rodrimar.
"As alegações aduzidas nos presentes autos, no que diz respeito ao Sr. Presidente da República, estão contaminadas por inverdades e distorções maliciosas da realidade, visando o enfraquecimento de seu governo, a instabilidade das instituições e da própria sociedade brasileira", afirma o advogado do presidente, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira.
A Rodrimar chegou a divulgar uma nota sobre o assunto, também nesta terça. Na manifestação, a empresa disse que "nunca recebeu qualquer privilégio" do poder público.
"O 'decreto dos portos' atendeu, sim, a uma reivindicação de todo o setor de terminais portuários do país. Ressalte-se que não foi uma reivindicação da Rodrimar, mas de todo o setor. Os pleitos, no entanto, não foram totalmente contemplados no decreto, que abriu a possibilidade de regularizar a situação de cerca de uma centena de concessões em todo o país. A Rodrimar, assim como seus executivos, estão, como sempre estiveram, à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento que se fizer necessário", declarou a empresa.